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Por Alberto Carlos Almeida
Opinião política baseada em fatos
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Haddad e Jilmar Tatto são irmãos siameses

O destino eleitoral da candidatura de Jilmar Tatto selará futuro de Haddad na escolha do candidato a presidente do PT

Por Alberto Carlos Almeida Atualizado em 28 jul 2020, 10h46 - Publicado em 21 jul 2020, 09h49

Haddad afirmou em uma live em meu canal de YouTube que o PT de fora de São Paulo o pressionou para que não fosse candidato a prefeito em 2020. Na política, como na vida, a percepção nem sempre está de acordo com os fatos. Dentro do partido presidido por Gleisi a visão corrente é que o eventual fracasso eleitoral de Jilmar Tatto será um grande revés para a candidatura presidencial de Haddad, pois ele teria se recusado a ser o candidato.

Há 5.570 municípios no Brasil, mas é a eleição para prefeito de São Paulo a que mais conta. O próprio Haddad se tornou uma figura de destaque nacional depois que foi eleito prefeito da capital. Outros políticos obtiveram também projeção em todo o país após passarem pelo mesmo cargo: Luiza Erundina, Marta Suplicy e Gilberto Kassab são alguns deles. O sinal de televisão recebido por meio de antenas parabólicas faz com que eleitores de todos os estados acompanhem a eleição municipal de São Paulo. Além disso, a própria mídia se encarrega de dar muito mais espaço para quem concorre com sucesso a este cargo.

Um fracasso retumbante de Jilmar Tatto na disputa municipal cairá na conta de Haddad, ainda que ele não tenha sido candidato em função da pressão de seu próprio partido. São Paulo é muito importante para o PT. Todos os atores políticos criticarão Lula e seu partido diante de um desempenho pífio de Tatto. Pior do que isto, a viabilidade eleitoral do PT será fortemente questionada, tanto à direita quanto à esquerda haverá um eloquente coro que decretará a incapacidade do PT de ter um candidato presidencial nacional viável, afinal, dirão os críticos após o eventual fracasso de Jilmar Tatto: quem sequer vai ao segundo turno em São Paulo não tem nenhuma condição de derrotar Bolsonaro no país. O PT terá mais dificuldade de atrair aliados para 2022 e todas as negociações em torno de sua candidatura serão mais atribuladas.

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Por outro lado, se Haddad se afastar de todas as suas atividades profissionais a partir de agora, arregaçar as mangas e circular o município de São Paulo juntamente com Jilmar Tatto, fazendo-o crescer e aparecer nas intenções de voto, levando-o ao segundo turno, a sua estrela brilhará na escolha do candidato do partido a presidente da república. O sucesso eleitoral de Tatto fortalecerá em muito a candidatura nacional da Haddad, ainda mais quando consideramos que hoje o candidato do PT à prefeitura de São Paulo corre o risco de ficar com muito menos votos que Guilherme Boulos do PSOL. Os candidatos a vereador do PT (e também do PSOL) dependem para seu sucesso eleitoral de uma candidatura a prefeito forte e vigorosa. Muitos vereadores eleitos puxados pela votação de Tatto, com apoio entusiasmado de Haddad, se tornarão cabos eleitorais do ex-prefeito de São Paulo dentro do partido.

Do ponto de vista de Haddad o principal problema neste momento é que o seu destino depende muito menos dele e muito mais de Tatto. Políticos gostam de ter o controle dos acontecimentos. Ao ceder às pressões do PT de fora de São Paulo não sendo candidato a prefeito Haddad perdeu grande parte do controle que teria sobre sua candidatura presidencial. Aliás, disse isso várias vezes em minhas redes sociais, em particular em vídeos de meu canal de YouTube.

Por fim, imagine-se que Tatto tenha um desempenho eleitoral ruim e que Flávio Dino e Ciro Gomes sejam candidatos a presidente, se tudo isso ocorrer ao mesmo tempo o PT sofrerá uma enorme pressão para lançar Rui Costa candidato a presidente. A combinação destes acontecimentos não é hoje uma hipótese de todo improvável.

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