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AL VINO

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As novidades, tendências e delícias do mundo do vinho sem um gole de “enochatismo”. Marianne Piemonte é jornalista, sommelière e empresária do mercado de vinhos.
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Vinhos: o argentino que os brasileiros aprenderam a amar

Por aqui, reina no gosto de boa parte dos consumidores os rótulos frutados produzidos com uvas colhidas em regiões como Mendoza

Por Marianne Piemonte
Atualizado em 10 Maio 2024, 08h27 - Publicado em 20 out 2023, 18h59

Qual a uva mais cultivada e consumida do mundo? Estamos falando de vitis vinífera, tipo de uva destinada à produção de vinho fino (seco). A resposta é fácil: Cabernet Sauvignon! Ela é sem dúvida a mais popular e responsável por 5% de toda área mundial de vinhas. No Brasil, porém, um mercado em franco crescimento e amadurecimento, o consumo da Cabernet Sauvignon perde para uma estrela argentina: a Malbec. Entre as mais  consumidas no país, segundo estudo da Embrapa, temos a Malbec com 45% dos tintos. Em segundo lugar, empatadas e somando 44%, aparecem Cabernet Sauvignon e a Merlot. As demais variedades completam o ranking.

Para os argentinos, o negócio ganhou tanta importância que foi instituída até uma data comemorativa, o Malbec World Day, festejado no dia 17 de abril em vários países (principalmente no Brasil, claro). Alguns especialistas acreditam que, essa uva de origem francesa que se adaptou tão bem em solos hermanos (sobretudo em Mendoza), pode ter caído no gosto dos brasileiros pelo histórico do país com os vinhos suaves. A Malbec, com suas notas frutadas, nos dá a sensação de adocicado. No começo dos anos 2000, acreditava-se que a “onda da Malbec” seria uma moda passageira. Ledo engano. Na última Prowine, importante evento do mercado de vinhos, a Trivento, vinícola argentina da marca Concha Y Toro, anunciou ser a marca argentina mais vendida em São Paulo, com boa parte do portfólio dedicado ao Malbec. Entre eles o Eolo, vinho produzido por vinhas de mais de 100 anos, em Luján de Cuyo, berço dos melhores Malbec do mundo.

Para Juan Manuel González, enólogo da Penedo Borges, vinícola boutique da região de Mendoza, no Brasil aconteceu o mesmo que se passou nos EUA. “A Malbec veio como uma brisa fresca a tanto Cabernet Sauvignon duros e repletos de madeira”, contou ele em entrevista à coluna AL VINO. Segundo o especialista, os taninos mais doces e suaves da Malbec tornam o vinho mais fácil e de beber e também simples de harmonizar.
O quesito harmonização, segundo o fundador da Penedo Borges e diretor da Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro, Euclides Penedo Borges, foi decisivo para posicionar essa uva no topo do ranking de preferida dos brasileiros. “Ela é perfeita para o churrasco, outra paixão que compartilhamos com os argentinos”, disse à AL VINO. “Vinhos que vão bem com assados precisam de taninos não agressivos e a Malbec tem esse componente bem aveludado, que não vai brigar com o sal e trazer aquela sensação de ‘amarrar’ na boca”, explicou. Com seu humor carioca, Euclides fez apenas questão de “alertar”: “Importante pegar sempre o segundo corte da carne, combinado?”. Mas, por que professor? “Porque é o que tem menos sal”, completou, rindo.
Os vinhos que se fazem hoje com a Malbec também mudaram muito de estilo. No começo dos anos 2000, havia muita madeira, vinhos muito extraídos, potentes e sem acidez. Na década seguinte, aconteceu o extremo oposto, colhia-se muito cedo para ter mais acidez e nada de madeira. “Acredito que hoje, estamos no caminho do equilíbrio. Colhe-se a uva bem madura para aproveitar os taninos doces dessa qualidade, usamos a madeira de forma a não ocultar a fruta e assim temos vinhos mais agradáveis e elegantes”, contou González.
Nós, os consumidores, agradecemos. Para brindar ao sucesso do argentino que os brasileiros aprenderam a amar, AL VINO fez a seguinte seleção de rótulos de Malbec de dois estilos em alta. Saúde!

Malbec da nova geração

Mairena, Malbec – Familia Blanco Wines
Vinho jovem, vibrante com passagem por 6 meses de barrica de carvalho.
R$ 160

Prisma Gran Malbec – Penedo Borges
Saboroso, com bom frescor e final amável. Amadurecimento em barricas de carvalho de primeiro, segundo e terceiro uso por 12 meses.
R$ 220

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Malbec da velha guarda

Luigi Bosca Malbec DOC De Sangre 2020
Primeiro vinho a ser lançado como DOC Lujan de Cuyo, encorpado, 12 meses de passagem por barrica de carvalho, 14,5% de percentual alcóolico.
R$ 257,90

Trivento Eolo Malbec 2018
15 meses em barricas de carvalho francês e mais 12 meses envelhecido em garrafa, produzido por vinhas centenárias.
R$ 999

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