Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

AL VINO

Por Marianne Piemonte Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
As novidades, tendências e delícias do mundo do vinho sem um gole de “enochatismo”. Marianne Piemonte é jornalista, sommelière e empresária do mercado de vinhos.
Continua após publicidade

Um brinde a Dionísio: rótulos gregos chegam ao Olimpo do mercado de vinhos

Fáceis de beber e difíceis de pronunciar, os rótulos do país, principalmente, os brancos, começam ganhar espaço e popularidade no Brasil

Por Marianne Piemonte
Atualizado em 10 Maio 2024, 08h45 - Publicado em 6 out 2023, 09h48
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Assyrtiko, Agiorgitiko, Xynomavro. Esses nomes podem ser bem difíceis de pronunciar, mas, acredite, são bem fáceis de beber. A Grécia e suas 300 cepas nativas foram uma das grandes atrações da Prowine, uma das principais feiras para profissionais de vinho do país, que terminou na quinta, 5, em São Paulo. Os vinhos produzidos por lá ainda são pouco bebidos por aqui, o que se justifica diante de uma produção pequena: a Grécia toda produz menos vinho do que a região de Bourdeaux e de maneira muito mais fragmentada.

    Hoje, são 1.200 vinícolas, espalhadas por todo território e os vinhedos têm em média 0.5 hectare, cada. Entre ilhas, regiões altas e baixas e de solos vulcânicos, elas somam 109 mil hectares de vinhas plantadas, contra cerca de 950 mil na Espanha, por exemplo. Mesmo assim, atualmente estão no décimo oitavo lugar no ranking de produção de vinho, com 210 mil litros por ano. Boa parte da produção é de vinhos brancos (apenas um terço é de tintos), que abastece elegantes adegas e restaurante nos Estados Unidos e Inglaterra. Agora, alguns importadores, como a Monte Dictis, pretendem torná-los mais populares aqui no Brasil.

    Os vinhos mais elegantes, como o Xinomavro Reserve, da vinícola Alpha Estate, na região da Macedônia, que recebeu 94 pontos do americano Robert Parker em 2016, custa R$ 576,14. Produzido com uvas de vinhas de mais de 90 anos, a cerca de 700 metros de altitude, com colheita manual em pequenas caixas, ele passa 24 meses por carvalho francês novo. Trata-se de um vinho vivo, surpreendente em fruta e que o diretor da vinícola comparou a um Barolo, talvez pelo potencial de guarda.

    Mas são os brancos um capítulo à parte nesse universo grego. Muito frescos, frutadíssimos, com acidez deliciosa, são perfeitos para nosso clima e gastronomia. Talvez por exigência de mercado, uvas internacionais como Sauvignon Blanc têm sido mais plantadas e até recebem prêmios. Mas o que realmente me surpreendeu foram os brancos e rosés de entrada, da vinícola Monopati, da região do Peloponeso. São deliciosos e valem R$ 105 e R$ 110, respectivamente.

    Portanto, abandone a ideia do folclórico vinho Retsina. Antigamente, usava-se a resina do pinheiro de aleto para selar a garrafa e algumas pinhas eram colocadas no mosto para “perfumar” o vinho. Ele ainda existe e é característico de Atenas. Tire da cabeça também a história do vinho salgado (sim, é verdade que antigamente os gregos diluíam o vinho em água do mar para dar sabor e conservá-lo). Deixe para as páginas da literatura o vinho que se tomou na chegada de Homero a Ítaca, ou os das tertúlias filosóficas de Sócrates. A Grécia mudou muito no trato com os vinhos, de forma sábia.

    Para se ter uma ideia, até os anos 60, os vinhos feitos por lá não eram engarrafados. Eles acabavam sendo vendidos direto dos barris. Nas décadas seguintes os enólogos entram em cena e, nos anos 80, inicia-se o processo de renascimento do vinho grego. Portanto, apesar de ser o berço de Dionísio, o deus do vinho, e da humanidade, parece que agora finalmente a Grécia coloca suas vinhas na história e no mercado internacional de vinhos.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.