Chega ao Brasil o “Instagram para médicos”
Na próxima segunda, desembarca no Brasil o aplicativo Figure 1, uma rede social para médicos – imagine um Instagram com fotos (muitas, só para quem tem estômago forte) de casos de doenças, de cirurgias etc. Visto que 10% dos estudantes brasileiros da área – além de muitos doutores formados, enfermeiros… – já utilizavam a versão […]
Na próxima segunda, desembarca no Brasil o aplicativo Figure 1, uma rede social para médicos – imagine um Instagram com fotos (muitas, só para quem tem estômago forte) de casos de doenças, de cirurgias etc. Visto que 10% dos estudantes brasileiros da área – além de muitos doutores formados, enfermeiros… – já utilizavam a versão em inglês do app, trata-se, portanto, de um lançamento formal do serviço. O português (de estilo brasileiro) será a primeira língua estrangeira a ser adotada pelo Figure 1, ao lado do espanhol.
Além de anunciar com exclusividade a chegada da rede social ao país, este blog ainda conseguiu bons dados que refletem o sucesso que o app, lançado em 2013, tem feito no meio médico:
– 1 milhão de profissionais, de 190 países, utilizam o aplicativo – até agora, era só em inglês;
– 10 000 pessoas costumam estar conectadas ao mesmo tempo no Figure 1, a todo momento;
– 65% dos universitários americanos da área são cadastrados no serviço, que é totalmente gratuito;
– os brasileiros são o sexto maior público;
– imagens compartilhadas pela nova rede já foram visualizadas mais de 1,5 bilhão de vezes;
– durante o ápice da epidemia de zika, 63 000 postagens do assunto foram publicadas em apenas quatro dias;
– uma série de hospitais e organizações de renome aderiram à plataforma, como a ONG internacional Médicos sem Fronteiras.
Há, contudo, elogios e críticas ao trabalho do Figure 1. A maior vantagem é um tanto óbvia: ele possibilita a troca rápida de informações entre médicos, o que porventura pode ajudar profissionais a compartilhar experiências e a realizar diagnósticos, tratamentos, com maior eficiência. Entretanto, há profissionais do meio que julgam a novidade como uma forma inadequada de expor pacientes, muitas vezes sem consentimento, na internet. É comum, por exemplo, se deparar com fotos de crianças doentes.
Logo, é mais uma daquelas inovações da era digital que suscitam discussões éticas e morais – neste caso, especialmente acerca do tópico (tão em voga) da privacidade. Só que também é uma novidade que aparenta ter aparecido para ficar. Ou seja, vale discutir sobre, mas de forma balanceada, que não impeça a continuidade de uma tecnologia que indica trazer mais vantagens do que desvantagens.
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