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Vídeo revela função mortal da enorme presa de baleia do Ártico

Cientistas não sabiam, até agora, que a presa gigante dos narvais, uma espécie de baleia, também era utilizada para caça

Por Da redação
15 Maio 2017, 10h29

Um vídeo divulgado nesta sexta-feira pelo Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF, na sigla em inglês) flagra, pela primeira vez, uma espécie de baleia do Ártico usando suas enormes presas para caçar. A filmagem foi capturada por dois drones em Nunavut, no nordeste do Canadá. Até então os cientistas não sabiam que os narvais, como são conhecidos esses animais, poderiam utilizar seu “chifre” para espetar os peixes e deixá-los atordoados, tornando-os mais fáceis de consumir.

O comportamento soluciona um mistério biológico que se estende por décadas, e faz os cientistas questionarem por que essas raras baleias evoluíram com um dente canino esquerdo muito longo – o suficiente para atravessar o lábio superior e sair pela cabeça como se fosse o chifre de um unicórnio. Em investigações anteriores, pesquisadores descobriram que as presas, que podem chegar até 2,7 metros de comprimento, poderiam ajudar as baleias na navegação e em batalhas territoriais. Porém, é a primeira vez que o membro é diretamente relacionado à alimentação.

No final do ano passado, os cientistas descobriram que esse “chifre” ajuda os narvais a “ver” como nenhuma outra espécie na Terra – quando mediram as habilidades de ecolocalização dessas baleias, eles perceberam que os animais têm o sonar mais direcional já detectado. O sistema de ecolocalização é o que possibilita os narvais, assim como golfinhos e outras baleias, navegar águas escuras e turvas. Para isso, eles produzem sons a uma taxa de até 1.000 cliques por segundo, e usam os ecos para identificar seus arredores com base em como as ondas sonoras reverberam quando encontram uma presa ou formações rochosas.

Analisando a composição dos enormes dentes dos narvais, os pesquisadores perceberam que eles não apresentam a mesma proteção de esmalte externo rígido das outras espécies. Isso faz com que o membro se torne sensível aos menores estímulos, uma vantagem evolutiva importante para a sobrevivência da espécie. A principal suspeita é que, sem essa proteção, a água do mar entra mais facilmente nos poros encontrados na ponta do “chifre”, permitindo que as bolhas viagem pelo eixo e excitem terminações nervosas na sua base, perto da cabeça. Assim, o cérebro recebe sinais sobre os arredores e é capaz de montar uma “visão” do que há por perto.

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Toda essa sensibilidade sugere que a presa do narval deve ser usada com cautela – é possível perceber, nas imagens abaixo, que mesmo quando utilizada como arma de caça, as investidas são delicadas. Segundo os cientistas, provavelmente, os acertos são suficientes apenas para desestabilizar os peixes, deixando-os mais atordoados para que, na hora do bote, eles sejam mais fáceis de pegar. Porém, como as imagens foram divulgadas antes que qualquer estudo fosse realizado, mais investigações são necessárias para comprovar os motivos desse comportamento.

Assista ao vídeo divulgado pelo Fundo Mundial para a Vida Selvagem:

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