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Três anos após incêndio, situação é precária no Butantã

Por falta de espaço, uma parte da coleção que foi resgatada do incêndio fica amontoada em uma varanda, exposta ao sol e à chuva e repleta de sujeira. Outra parte está guardada em um porão úmido e cheio de fungos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h20 - Publicado em 15 Maio 2013, 18h43

Três anos após o incêndio que destruiu o prédio das coleções biológicas do Instituto Butantã, os milhares de exemplares de cobras e aranhas que foram resgatados das chamas permanecem acondicionados em ambientes provisórios e, em alguns casos, inadequados, tanto para a preservação do acervo quanto para o trabalho dos pesquisadores que perderam seus laboratórios.

Um novo prédio – projetado especificamente para receber as coleções – já está pronto, mas ainda não foi inaugurado. Enquanto isso, os pesquisadores da herpetologia (ramo da ciência dedicado ao estudo dos répteis) continuam a trabalhar em uma casinha antiga, próxima ao prédio da diretoria, em condições precárias.

Por falta de espaço, uma parte da coleção que foi resgatada do incêndio fica amontoada do lado de fora da casa, em uma varanda coberta, porém exposta ao sol e à chuva e repleta de sujeira. Outra parte está guardada no canto de um porão úmido e cheio de fungos nas paredes, onde também estão estocados cerca de 6.000 animais recebidos pelo instituto e adicionados à coleção nos últimos três anos. As prateleiras estão lotadas.

“Nossas condições de alojamento são bastante precárias”, diz o biólogo Francisco Franco, curador da coleção de répteis. Tanto que, até hoje, não foi feita uma triagem para saber de fato o que foi perdido e o que foi salvo no incêndio. “Assim que tivermos um espaço adequado, vamos fazer esse levantamento”, promete.

Sua estimativa é de que cerca de 80% da coleção de cobras tenha sido perdida. O acervo era um dos maiores do mundo, com cerca de 85.000 exemplares de centenas de espécies coletadas ao longo dos 120 anos do instituto.

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Improviso – A maior parte do que foi salvo do incêndio está em um outro prédio, conhecido como “fazendinha”. O diretor substituto do Butantã, Marcelo de Franco, reconhece que as condições não são ideais, mas diz que elas atendem às necessidades básicas de segurança para manutenção provisória do acervo.

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O prédio novo, segundo ele, está pronto. “Queremos entrar lá em julho, no mais tardar”, afirma. O projeto é da Secretaria de Estado da Saúde, à qual o Butantã é vinculado. Segundo o diretor da Divisão de Engenharia e Arquitetura do instituto, Mauricio Meros, o projeto já foi aprovado pelo Corpo de Bombeiros, faltando só o treinamento dos brigadistas e alguns testes de comissionamento dos sistemas anti-incêndio.

Franco, o curador, está ansioso para ocupar o prédio, que é maior e muito mais moderno do que o anterior – que era, essencialmente, um galpão improvisado. “Finalmente teremos instalações adequadas para nossas coleções”, comemora. Ele lamenta, porém, a demora para a inauguração. “Prometeram entregar o prédio em um ano. Já se passaram três.”

Segundo o diretor substituto, o atraso foi “por causa da licitação da parte de segurança” do prédio, que terá sistemas sofisticados de prevenção e combate a incêndios.

Futuro – De acordo com informações da Secretaria de Saúde, o prédio tem 1.600 metros quadrados e custou 5,5 milhões de reais, incluindo os equipamentos e sistemas de segurança. A área onde ficarão as coleções é totalmente isolada dos outros ambientes e o acervo ficará dividido em sete salas também isoladas umas das outras, para evitar uma perda total em caso de acidente.

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(Com Estadão Conteúdo)

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