Satélite da Nasa para medir o CO2 na atmosfera será lançado nesta quarta-feira
A operação estava prevista para esta terça-feira, mas foi interrompida 46 segundos antes do lançamento
A Nasa lançará nesta quarta-feira um satélite para medir os níveis na atmosfera de dióxido de carbono, o gás com maior incidência no aquecimento global. Chamado Orbiting Carbon Observatory-2 (OCO-2), o satélite estava previsto para ser lançado nesta terça-feira, às 9h56 GMT (6h56 de Brasília) da Base Vandenberg da Força Aérea, na Califórnia, mas a operação foi interrompida 46 segundos antes do lançamento por um problema no fluxo de água.
A falha ocorreu no sistema que joga o líquido por baixo dos motores do foguete, para proteger a plataforma e atenuar a energia acústica gerada com o lançamento. A nova tentativa está prevista para o mesmo horário.
Quando estiver em sua posição adequada, a mais de 700 quilômetros de altura, o satélite vai realizar medições em alta resolução, que vão ampliar o conhecimento sobre a distribuição espacial do CO2 no globo. Os dados coletados por ele serão combinados com os obtidos da Terra, gerando uma compreensão importante para melhorar as previsões dos níveis de CO2 futuros e seu impacto no clima. A cada dezesseis dias ele vai registrar as mesmas regiões, devido à rotação do planeta. As medições repetidas vão permitir que os cientistas observem as variações do carbono durante as estações do ano, secas ou cheias.
Leia também:
China alcança Europa em emissão de CO2 por habitante
Nível elevado de dióxido de carbono reduz taxa de zinco e ferro em alimentos
CO2 no mundo – Diariamente, cerca de 100 milhões de toneladas de dióxido de carbono, um dos principais causadores do efeito estufa, são liberadas na atmosfera, em virtude principalmente da queima de combustíveis fósseis. Porém os cientistas estimam que apenas metade dessa quantidade fique na atmosfera, e o resto retorne à Terra. Metade do gás que volta se dissolve nos oceanos, e o que acontece com o resto ainda não é claro, mas é possivelmente absorvido pelas plantas.
A missão, que custou 467,5 milhões de dólares, está prevista para durar pelo menos dois anos, e será o primeiro satélite da Nasa dedicado ao estudo do dióxido de carbono a partir do espaço. Experiências anteriores de lançamento de satélites com o mesmo objetivo fracassaram em 2009 e 2011. Desde o início da era industrial, a concentração desse gás na atmosfera aumentou de 280 partes por milhão para cerca de 400 partes por milhão, atualmente.
(Com Agência France-Presse)