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Refeição é encontrada preservada na barriga de um fóssil de Tiranossauro

Achado revela que padrão alimentar desses animais variava ao longo da vida

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 dez 2023, 16h01

Os dinossauros viveram na Terra por 165 milhões de anos – a critério de comparação, os primeiros hominídeos surgiram há cerca de 16 milhões e os Homo sapiens não tem mais de 200 mil anos. Por esse motivo, eles representam um amplo objeto de pesquisa para os paleontólogos e, com alguma frequência, fornecem achados surpreendentes. O mais recente foi divulgado nesta sexta-feira, 8: pesquisadores descobriram o fóssil de um tiranossaurídeo com a sua última refeição ainda intacta no sistema digestório.

O espécime encontrado pertencia a um tiranossauro filhote, da raça Gorgosaurus libratus e foi encontrado com os ossos das suas presas ainda intactos. “Encontrar o esqueleto de um jovem tiranossauro já era algo super animador, mas ver que ele tinha os restos da sua última refeição ainda preservado com certeza torna esse achado ainda mais especial”, afirmou, em coletiva, François Therrien, coautor do artigo publicado no periódico científico Science Advances.

Como isso colabora com a paleontologia?

O achado ajudou os pesquisadores a descobrirem que tiranossauros de diferentes idades se alimentavam de animais distintos. Isso porque espécies adultas geralmente predavam grandes herbívoros, como os ceratopsianos. O tiranossauro em questão, no entanto, tinha no máximo 7 anos e os pesquisadores identificaram que o animal de que ele se alimentou era um dinossauro de porte pequeno, chamado Citipes elegans

FÓSSIL - Tiranossauro: em verde estão os ossos do predador e, em vermelho, da presa
FÓSSIL – Tiranossauro: em verde estão os ossos do predador e, em vermelho, da presa (Darla Zelenitsky/University of Calgary/Divulgação)

Esse achado sugere que os tiranossauros como um todo, inclusive o famoso Tyrannosaurus rex, tinha um padrão alimentar que variava ao longo da vida, fazendo com que ele ocupasse diferentes nichos ecológicos – mesopredador no início da vida e superpredador na vida adulta. 

Os autores afirmam que essa característica pode ter conferido uma vantagem evolutiva a esses animais. “Tal mudança na dieta pode ter permitido que tiranossaurídeos juvenis e adultos coexistissem no mesmo ecossistema com conflitos limitados”, dizem, em comunicado. 

Gorgosaurus - Alimentação: espécie priorizava as patas das suas presas
Gorgosaurus – Alimentação: espécie priorizava as patas das suas presas (Julius Csotonyi/Royal Tyrrell Museum of Palaeontology/Divulgação)

O achado ainda revelou um aspecto peculiar da alimentação desses animais. Apenas os ossos das patas e dos pés dos Citipes foram encontrados, sugerindo que os Gorgosaurus jovens se alimentavam apenas dessa parte do corpo das suas presas e deixavam o resto de lado. 

O que isso muda sobre o conhecimento já estabelecido?

Até o momento havia dúvidas sobre o padrão alimentar desses animais. Alguns especialistas acreditavam que eles caçavam em bandos e que os filhotes se aproveitavam das presas capturadas pelos adultos, mas o achado mais recente advoga a favor da outra hipótese, de que animais jovens já desenvolviam suas habilidades de caça com presas menores. 

“Esta é provavelmente uma das razões pelas quais os tiranossauros tiveram tanto sucesso durante os últimos anos do reinado dos dinossauros na Terra”, afirma o coautor Jared Voris

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A peça estudada pertence a um animal que viveu há cerca de 75,3 milhões de anos, onde hoje fica o território de Alberta, no Canadá

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