Recifes de coral poderão desaparecer até 2050
Estudo aponta mudanças climáticas e poluição como maiores vilões contra as 'florestas marinhas'
Os recifes de coral poderão desaparecer até 2050, se não forem tomadas medidas urgentes para protegê-los de fatores com a pesca em larga escala e o aquecimento global. A advertência foi feita nesta quarta-feira no informe Reefs at Risk Revisited, compilado por pesquisadores e grupos de conservação ambiental sob coordenação do comitê de especialistas World Resources Institute.
De acordo com o estudo, o aquecimento global, a acidificação dos oceanos, o transporte marítimo e os resíduos agrícolas são as principais ameaças aos recifes de coral – estruturas de carbonato de cálcio produzidas por animais marinhos que vivem em colônias. “Se nada for feito, mais de 90% dos corais estarão ameaçados até 2030 e quase todos os corais estarão em perigo até 2050”, assinala o informe.
O estudo adverte que as pressões locais sobre os recifes, como a pesca excessiva e a poluição, representam a ameaça mais direta às ‘florestas marítimas’ (nome dado por causa das algas que crescem nessas estruturas) em curto prazo. Mas o impacto da mudança climática agrava as pressões locais. “O aquecimento dos mares já causou grandes danos aos recifes. As altas temperaturas geram uma resposta chamada branqueamento: os corais perdem suas algas coloridas e seus esqueletos brancos ficam expostos”.
Além disso, o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2) está fazendo com que os oceanos fiquem mais ácidos. A acidificação dos oceanos reduz a taxa de crescimento dos corais e pode reduzir sua capacidade de manter a estrutura física. A perda dos recifes de coral privaria milhões de habitantes costeiros de uma importante fonte de alimentos – já que os peixes costumam ‘morar’ e se alimentar perto dos recifes, onde residem boa parte das espécies marinhas, de esponjas a crustáceos. O desaparecimento dos corais também comprometeria a pesca comercial e deixaria muitas regiões, hoje protegidas por recifes, expostas à força das águas. “Precisamos agir rápido”, afirma o informe.
Com Agência France-Presse