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Polônia à procura de um novo Copérnico nas escolas

Por Por Bernard OSSER
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h50 - Publicado em 3 jan 2012, 13h51

Os alunos da região de Torun, cidade natal de Nicolau Copérnico, podem, a partir de agora, ter, como o grande astrônomo polonês, a cabeça nas estrelas, graças a construção de observatórios astronômicos, munidos de telescópios profissionais, instalados perto das escolas.

“Primeiro, escolhemos uma galáxia, depois apontamos a estrela que queremos seguir, após regular o telescópio, deixando-o numa boa inclinação, para começar as observações”, explica Sébastien Laser, aluno do secundário, junto com mais de dez colegas. O observatório fica a 50 metros, apenas, do liceu de Jablonowo (norte), onde estuda.

Pintado de branco e azul, possui uma cúpula que se abre para o céu, dois telescópios, um para olhar o sol e, o outro, maior, para ver as estrelas à noite. Os estudantes também têm à disposição computadores com programas especializados e esse conjunto é administrado por dois professores apaixonados por astronomia.

“Nosso objetivo é popularizar a astronomia e as matérias científica”, disse Rafal Laskowski, professor de ciências em Jablonowo. Antes de se envolver no projeto do observatório, recebeu formação especializada na Universidade de Torun.

O programa inédito, chamado “Astrobase”, foi lançado há quatro anos. Agora, seis observatórios funcionam na regão e outros oito estão em construção.

“Nossa inspiração veio, em grande parte, de Nicolau Copérnico. Como nasceu em Torun, quisemos realizar um projeto à altura, mas sem gastar muito dinheiro”, contou Piotr Calbecki, conselheiro geral da região polonesa de Cuiavia-Pomerânia.

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O custo de um observatório desse tipo é, na realidade, astronômico: um pouco menos de 100.000 euros, com financiamento europeu.

“Os fundos europeus nos permitiram propor algo de novo, em relação ao ensino das matérias científicas, principalmente matemática e física, para melhorar a formação em nossa região”, felicita-se ele.

Na pátria de Copérnico (1473-1543), que descobriu que a Terra rodava em torno do Sol, as portas do observatório de Jablonowo não fecham. Trinta alunos do colégio local acompanham cursos regulares de astronomia.

As escolas da redondeza também organizam excursões aí. Uma vez por semana, o observatório abre só para elas. Num desses dias, duas meninas de sete anos vieram para observar Júpiter. Infelizmente, o céu estava encoberto e elas voltaram para casa um pouco decepcionadas, mas prometendo voltar.

“O principal é despertar o interesse”, considerou Laskowski.

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O projeto permite, também, “identificar os alunos com mais aptidão para a matéria, desde cedo, e dar a eles a oportunidade de seguir o ensino de um assunto apaixonante”, destaca Barbara Bober, diretora da escola de Jablonowo.

Aluna do liceu de Jablonowo, Marta Jaworska queria observar, com o olhar no telescópio, o recente eclipse da lua. Nesse dia, como o céu estava encoberto, ela passou o tempo se entretendo, no computador, com programas de astronomia.

“De qualquer forma, é melhor do que ficar assistindo à televisão”, disse ela.

O conselheiro geral Calbecki quer ainda mais. Como o céu se apresenta quase sempre encoberto na Polônia, ele quer instalar um observatório no Peru ou na Argentina, para permitir aos alunos observar o céu no Hemisfério Sul.

“Será ligado pela internet aos observatórios na Polônia, permitindo aos alunos acompanhar o céu ao longo do ano”, explica, entusiasmado.

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