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Pesquisa revela nível assustador do derretimento de gelo na Groenlândia

Desde 1985, área equivalente a três cidades de São Paulo foram perdidas

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 jan 2024, 15h14 - Publicado em 17 jan 2024, 15h00

As mudanças climáticas impõem, nas geleiras espalhadas em altas latitudes globais, um dos maiores problemas para a humanidade. Um artigo publicado nesta quarta-feira, 17, revela a extensão do desastre em um desses grandes bancos de água sólida: na Groenlândia, a segunda maior camada de gelo do mundo, mais de 1.000 gigatoneladas de gelo foram perdidas entre 1985 e 2022.

O montante é resultado de mais de 5 mil quilômetros quadrados de área descongelada – o equivalente a três cidades de São Paulo. O artigo publicado na Nature ainda mostra que essa perda foi acelerada após a virada do século, quando a média anual passou a ser de 218 quilômetro quadrados, e revela também que as calotas polares da região perdem, em média, 30 milhões de toneladas de gelo por hora, 20% a mais do que o esperado.

Qual o tamanho do perigo?

Embora a pesquisa mostre que quase todas as geleiras da região autônoma tiveram uma redução de área, ainda não há volume suficiente para aumentar os níveis dos oceanos. “A perda de massa que relatamos teve um impacto direto mínimo no nível global do mar, mas é suficiente para afetar a circulação oceânica e a distribuição de energia térmica em todo o mundo”, diz o documento.

As correntes marítimas são um importante fator na distribuição de energia e nutrientes. Elas costumas ocorrer com base nas variações de temperatura e concentração de sais. O impacto ocorre porque a adição dessa grande quantidade de água fresca no Atlântico Norte atenua essas diferenças, enfraquecendo, em especial a Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico (AMOC, na sigla em inglês).

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Quais as possíveis consequências?

Essa corrente é responsável por levar a água aquecida dos trópicos para as regiões polares, estabelecendo um equilíbrio entre os dois extremos. Um outro estudo, publicado na Nature Communications, em 2023, também apontou esse perigo. De acordo com os autores, as evidências apontam para um enfraquecimento progressivo dessas correntes, sugerindo o interrompimento em algum momento entre 2025 e 2095.

Se realmente ocorrer, não será a primeira vez. Durante a última era glacial, há mais de 12 mil anos, a corrente parava e voltava com frequência. Quando estava interrompida, a temperatura média podia variar de 10 a 15 graus no período de uma década – uma escala assustadoramente superior ao 1,5 grau de aquecimento no período de dois séculos estabelecido como limite pelo Acordo de Paris.

A noticia vem em meio a grande número de dados alarmantes. Enquanto o aquecimento atingiu níveis recordes em 2023, chegando próximo ao valor estabelecido no tratado internacional sobre mudanças climáticas, adotado em 2015, no país francês o documento final da COP, sugeriu medidas que vão no caminho correto, mas são pouco ousadas para o tamanho do risco que estamos prestes a enfrentar. Haverá muito trabalho pela frente.

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