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Pesquisa relaciona temperatura com mudança de sexo em algumas espécies

Cientistas desvendaram o mecanismo pelo qual altas temperaturas fazem com que alguns peixes com DNA feminino virem machos durante o desenvolvimento

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h50 - Publicado em 31 dez 2011, 14h34
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  • Em algumas espécies, a temperatura desempenha um papel fundamental na determinação do sexo de seus indivíduos. Em outras espécies, a determinação sexual está inscrita no DNA, mas a temperatura pode suplantar a instrução genética. Embora isso já fosse conhecido, pela primeira vez cientistas desvendaram o mecanismo que gera essa mudança.

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    Título original: DNA Methylation of the Gonadal Aromatase (cyp19a) Promoter Is Involved in Temperature-Dependent Sex Ratio Shifts in the European Sea Bass

    Onde foi divulgada: periódico PLos Genetics

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    Quem fez: Francesc Piferrer e equipe

    Instituição: Instituto de Ciências Marinhas de Barcelona

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    Dados de amostragem: robalos expostos a diferentes temperaturas – normal e alta – nos primeiros 60 dias de vida

    Resultado: Altas temperaturas inibem uma proteína essencial no desenvolvimento de ovários em algumas espécies de peixes.

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    Segundo um estudo conduzido pelo pesquisador espanhol Francesc Piferrer, do Instituto de Ciências Marinhas de Barcelona, e publicado no periódico científico PLos Genetics, as altas temperaturas inibem uma proteína chamada aromatase.

    A aromatase é conhecida, entre outras funções, por transformar hormônios masculinos em femininos. Ela é essencial em espécies de animais vertebrados não- mamíferos, pois é responsável pelo desenvolvimento dos ovários. Sem aromatose, fica impossível formar os ovários.

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    Estudos anteriores com o Dicentrarchus labrax, espécie de robalo comum no Oceano Atlântico, já haviam demonstrado que, a partir de uma população dividida meio a meio entre fêmeas e machos, é possível chegar a uma população inteiramente masculina aumentando a temperatura da água nos estágios precoces de desenvolvimento.

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    Os efeitos são maiores no período em que os aparelhos sexuais dos animais ainda não se diferenciaram e ainda não começaram a se formar. Apesar de ser um fenômeno conhecido, os cientistas não faziam ideia de como isso acontecia.

    O estudo decifrou o enigma expondo larvas de robalos a duas diferentes temperatura – normal e alta – durante as primeiras semanas de vida.

    Os resultados mostraram que as altas temperaturas inibem a ação da aromatase. Embora algumas fêmeas no grupo exposto às altas temperaturas tenham se desenvolvido normalmente, se desenvolveram como machos ao ter a ação da proteína totalmente inibida.

    Segundo o estudo, é a primeira vez que um mecanismo epigenético (termo usado para se referir a características de organismos que não envolvem mudanças na sua sequência de DNA. Ou seja, é hereditário, porém não genético) ligando um fator ambiental (a alta temperatura) a um mecanismo celular relacionado à determinação sexual (formação dos ovários) foi descrita em um animal. Mecanismos similares só haviam sido observados em plantas.

    Em tempos de aquecimento global, a pesquisa ajuda a explicar o efeito da temperatura na definição sexual de algumas espécies. Isso explica também porque muitos peixes criados em fazendas são machos, já que os criadores usam águas mais quentes para acelerar o desenvolvimento dos animais.

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