Países que bebem mais leite ganham mais prêmios Nobel
Pesquisadores do Reino Unido relacionaram o consumo de leite com a quantidade de prêmios por habitante. Possível explicação biológica seria a vitamina D presente no leite, que melhora funções cerebrais
Depois do chocolate ter sido considerado uma possível explicação para a quantidade de prêmios Nobel recebidos por um país, agora é a vez do leite. Pesquisadores do Gloucester Royal Hospital, no Reino Unido, afirmam que países com maior consumo de leite per capita também têm maior quantidade de vencedores do Nobel.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Milk, chocolate and Nobel prizes
Onde foi divulgada: periódico Practical Neurology
Quem fez: Sarah Linthwaite e Geraint N Fuller
Instituição: Gloucester Royal Hospital, no Reino Unido
Dados de amostragem: Número de vencedores de prêmios Nobel e a quantidade de leite consumida per capita em 22 países
Resultado: Países que consomem mais leite per capita venceram mais prêmios Nobel, também em relação ao total da população.
A ‘teoria do chocolate’, publicada em 2012, foi desenvolvida por Franz Messerli, médico da na Universidade de Columbia e do St. Luke’s-Roosevelt Hospital, nos Estados Unidos. Para ele, a explicação estaria no fato de que o chocolate contém flavonoides, poderosos antioxidantes presentes nos grãos de cacau, capazes de reduzir o risco de demência e melhorar a função mental nos idosos.
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Pensando que o chocolate frequentemente é consumido com leite, Sarah Linthwaite e Geraint Fuller decidiram fazer o mesmo estudo com o leite, e descobriram que a relação também funciona com esse alimento. O artigo foi publicado no periódico Practical Neurology nesta segunda-feira.
A explicação para esse fenômeno seria o fato de o leite ser rico em vitamina D, que pode estar relacionado com a melhora da cognição, conjunto de processos mentais usados em funções cerebrais como pensamento, percepção, memória, juízo, imaginação e linguagem.
O problema da Suécia – O estudo de Messerli, sobre o chocolate, tinha a Suécia como ponto fraco. O país foi considerado uma exceção, pois com os 6,4 quilos de chocolate consumidos por habitante por ano, os suecos deveriam ter conquistado cerca de 14 prêmios Nobel, quando já possuíam 32, considerando a premiação até 2011.
Para tentar explicar o caso, Messerli levantou duas hipóteses: como o comitê que decide as premiações fica na Suécia, ele poderia ter favorecido seus conterrâneos, ou então os suecos poderiam ser particularmente sensíveis aos efeitos do chocolate.
Já no que se refere ao consumo de leite, a Suécia deixa de ser a ovelha-negra para se encaixar nas estatísticas. Apesar de ter o maior número de premiações em relação ao número de habitantes, o país também consome a maior quantidade de leite por pessoa, chegando a 340 quilos por ano (a pesquisa foi feita levando em conta quilos, e não litros de leite, o que significa a mesma coisa na prática).
A China, considerada o país com o menor número de premiados em relação à população, tem também o menor consumo de leite entre os países estudados, em torno de 25 quilos por ano, por pessoa.
Os autores, que declararam haver um “conflito de interesse” na pesquisa por consumirem leite com cereal e café e comer chocolate “sempre que possível”, refletem que a melhor maneira de aumentar as chances de ganhar um Nobel pode ser uma caneca de chocolate quente.