Neurônios surgem após ‘espionagem’ de células-tronco
Pesquisadores decifram a criação de novos neurônios em células cerebrais de camundongos
Cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, conseguiram decifrar o mecanismo que faz com que as células-tronco de uma área específica do cérebro de camundongos – responsável pelo aprendizado, memória e regulação do humor – saiam do estado latente e comecem a criar novos neurônios.
Segundo os cientistas, as células-tronco ‘espionam’ as atividades nos neurônios vizinhos, até identificar a necessidade de criar novas células. As descobertas foram publicadas na versão online da revista Nature.
“As células-tronco do cérebro não se comunicam da mesma forma que os neurônios, através de sinapses nervosas, por exemplo”, disse Hongjun Song, professor de neurologia e diretor do programa de células-tronco e engenharia celular do Instituto Johns Hopkins. “As células-tronco não têm sinapses. Para driblar essa falta de comunicação, elas ‘ouvem’ os demais neurônios conversando entre si, como se estivessem ouvindo a conversa de outra pessoa ao telefone.”
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Essa “conversa indireta” detectada pelas células-tronco é, na verdade, uma troca de informações químicas e elétricas entre os neurotransmissores durante as sinapses.
Como o estudo foi feito na área que regula o humor, os cientistas esperam que a pesquisa os ajude a entender como o cérebro reage às mudanças externas do ambiente e como os antidepressivos atuam nessas células.