O clima no espaço é muito diferente do terrestre. Enquanto aqui nos referimos a chuvas, ventos e calor, no cosmo o clima gira em torno de campos magnéticos, radiação e matéria produzida pelo Sol. No entanto, apesar da distância, o que acontece lá fora influencia diretamente na Terra: em 1859, por exemplo, uma tempestade magnética no espaço causou problemas nos telégrafos de todo o mundo.
Para tentar ampliar o conhecimento humano acerca do tema, a Agência Espacial Europeia (ESA) lançará, no próximo domingo, dia 9, uma nova missão para explorar o clima espacial. A sonda usará a gravidade de Vênus para entrar na órbita solar, observando o astro diretamente.
O equipamento trará um escudo de calor, cuja camada exterior será revestida de um material originado por carvão, e que impedirá o derretimento dos materiais frente às altíssimas temperaturas pelas quais passará — mais de 500 graus Celsius. A sonda voará próxima ao Sol a cada cinco meses e será responsável por observar e fotografar as regiões polares da estrela, pela primeira vez na história.
O sistema tentará colher informações sobre três eventos espaciais: erupções solares (explosões intensas de radiação), emissões de partículas energéticas solares (liberação de prótons e elétrons cheios de energia pelo espaço) e ejeções de massa coronal (erupções na superfície solar que, quando atingem a Terra, tensionam o campo magnético terrestre). No equivalente ao que presenciamos na Terra, seria algo como descobrir a lógica por trás dos principais fenômenos climatológicos do Sistema Solar.