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‘Não gosto de distinguir o homem de outros animais’, diz Adam Rutherford

O geneticista inglês é autor de 'O Livro dos Humanos — A História de Como Nos Tornamos Quem Somos', que chega às livrarias do país

Por Sabrina Brito Atualizado em 28 fev 2020, 10h37 - Publicado em 28 fev 2020, 06h00

O senhor frisa em sua obra que somos os únicos animais que sabem cozinhar, que possuem uma linguagem desenvolvida e que expressam a violência de forma contundente. Isso não basta para nos distinguir de outros seres? Não gosto de distinguir o homem de outros animais. Há muitos fatores que nos unem, desde coisas básicas, como a capacidade de enxergar, por exemplo, até a homossexualidade, o uso de ferramentas, enfim, várias características que compartilhamos com outras espécies.

O senhor acredita que essa aproximação nos incomoda? As pessoas gostam de narrativas. Somos uma espécie que conta histórias. Mas a história humana não tem um começo, e nós desconhecemos o final. Estamos sempre no meio. Responder o que nos difere dos outros animais não é do domínio da ciência. Nela, o mais importante é justamente perguntar. O que a ciência oferece é o caminho para a resposta. E ela, às vezes, nos incomoda.

Qual a importância da linguagem para a humanidade? A nossa linguagem é muito mais sofisticada do que qualquer outra. Essa revolução cognitiva possibilita que passemos ideias complexas uns aos outros, o que nos permitiu evoluir. Falar, como estamos falando agora, é considerado mundano, no entanto também é uma conquista da evolução. Deveríamos celebrar isso.

Nos últimos anos, muitos livros têm se debruçado sobre a história da humanidade. Um exemplo é Sapiens, de Yuval Noah Harari. Houve um aumen­to do interesse do público pelo tema? Tivemos um extraordinário avanço nos estudos sobre o assunto, com a introdução da genética nessa área. Outro ponto fundamental é a marcha rumo ao progresso, que nos faz pensar sobre o que nos torna humanos. Será que existe algo em específico que nos faz ser o que somos? A vontade de responder a essa pergunta é cada vez maior.

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O senhor afirma que 97% das espécies que já existiram foram extintas. Seremos os próximos a desaparecer? Parece que estamos nos esforçando para tornar a Terra inabitável. Há quem diga que nos encontramos na sexta extinção em massa da história. Não testemunhamos nenhuma das anteriores, então não sabemos a que o homem poderá sobreviver. Entretanto, somos uma espécie muito criativa, e acho que essa será nossa saída de novo. A Terra continuará girando, porém o ser humano poderá não viver mais nela.

Publicado em VEJA de 4 de março de 2020, edição nº 2676

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