Um novo estudo da Organização Pan-Americana da Saúde revelou que trabalhadores da área da saúde na América Latina apresentaram índices elevados de sintomas depressivos e pensamentos suicidas durante a pandemia. A pesquisa foi conduzida em onze países, entre eles o Brasil.
Segundo o levantamento, entre 14,7% e 22% dos profissionais da área entrevistados em 2020 possuíam sintomas de depressão, e entre 5% e 15% afirmou ter considerado suicídio. O levantamento apontou também que, em alguns países, apenas cerca de um terço dos trabalhadores da saúde que disseram precisar de apoio psicológico de fato recebeu ajuda.
Segundo Rubén Alvarado, acadêmico de medicina da Universidade do Chile e um dos autores do estudo, esse déficit de saúde mental não pode passar em branco. “A pandemia revelou que os países não têm políticas específicas para proteger esses profissionais”, afirmou.
É preciso ter em mente ainda que cuidar daqueles que cuidam da saúde da população é de extrema importância, ainda mais nos tempos atuais, em que tanto tem sido demandado dessas pessoas. Não à toa, médicos em certas regiões do mundo, a exemplo de São Paulo, têm se sentido mais sobrecarregados do que o normal em razão do desfalque decorrente do adoecimento de alguns colegas. Como consequência, alguns grupos têm ameaçado organizar greves em nome de seus direitos trabalhistas e de sua saúde física e mental.