Depois de duas décadas ao redor de Saturno, a missão Cassini, da Nasa, começa nesta quarta-feira uma série de mergulhos nos anéis do planeta, que encerrará a jornada da sonda que trouxe incríveis descobertas sobre o gigante gasoso. Até 2017, Cassini utilizará o que resta de seu combustível para orbitar ao redor dos polos do planeta e explorar as regiões ainda desconhecidas dos anéis. Com essa experiência, os astrônomos da agência espacial americana esperam captar ainda mais informações sobre Saturno, antes que a sonda realize uma colisão final no planeta, em 15 de setembro, e encerre a missão.
Missão Cassini
Lançada em 1997 com o objetivo de buscar informações sobre Saturno, seus anéis e campo magnético, a missão Cassini chegou ao planeta em 2004 e, desde então, registrou mais de 300.000 imagens. Seus instrumentos revelaram as sete luas de Saturno, mostraram grandes tempestades no planeta e trouxeram evidências para a existência de lagos de metano em Titã, uma das luas de Saturno, e de um oceano (e talvez, vida), na lua Enceladus.
Para o que a Nasa está chamando de “Grand finale”, a sonda vai realizar diversos rasantes entre os anéis e os polos e, em seguida, a partir de abril de 2017, nos anéis mais internos do planeta. Essa será a observação mais próxima e detalhada dessa região e pretende sondar a composição dos anéis, que podem revelar como se formaram e qual sua idade. As manobras também devem oferecer mais informações sobre as menores luas de Saturno, como Atlas e Pandora. Pouco antes de colidir com o planeta e encerrar a missão, Cassini será a sonda que mais chegou perto de Saturno – estará a 1.628 quilômetros das nuvens que o formam o gigante gasoso. A pequena distância dará a oportunidade de estudar os campos gravitacional e magnético.
Segundo a Nasa, a decisão de encerrar a missão dessa forma aconteceu para evitar o impacto e a contaminação em algumas das luas que podem abrigar vida.
“Enceladus e Titã ganharam as primeiras páginas do noticiário na última década porque Cassini revelou o potencial de que essas luas sejam habitáveis – ou pré-bióticas. Para evitar a improvável possibilidade de que Cassini colida, algum dia, com essas luas e as contamine com algum micróbio terrestre que sobreviveu na sonda, a Nasa escolheu fazer o descarte seguro da espaçonave em Saturno”, afirma a Nasa no site da missão.