Mineral ‘lunar’ é encontrado na Terra
Um raro mineral chamado tranquillitita, o mesmo tipo trazido da Lua pelos astronautas das missões Apolo há 40 anos, foi encontrado na Austrália
O último dos três minerais trazidos da Lua pelos astronautas das missões Apollo da Nasa, a agência espacial americana, foi encontrado na Terra. A tranquillitita se junta agora aos minerais armalcolita e ao piroxferroíta. Ao identificar os minerais, em 1969, os cientistas acreditavam que eles não existiam no nosso planeta. Nos anos seguintes, porém, dois deles foram encontrados. Quarenta anos depois, a tranquillitita foi encontrada na Austrália. Os cientistas acreditam que deve haver mais do mineral, composto por ferro, oxigênio, silício, zircônio, titânio e outros elementos, em outros lugares do mundo.
Saiba mais
PROJETO APOLLO
Foi um conjunto de missões coordenadas pela Nasa entre 1961 e 1972 com o objetivo de estudar a Lua e levar o homem até o satélite. Em 20 de julho de 1969, a Apollo 11, quinta missão tripulada do projeto, pousou em solo lunar com os astronautas Neil Armstrong, Edwin ‘Buzz’ Aldrin e Michael Collins. Ao vivo, pela TV, milhões de pessoas acompanharam o passeio de Armstrong e Aldrin pelo solo lunar.
Em 1972, por falta de verbas e interesse, a Apollo 17 encerrou o projeto. As naves foram aposentadas em 1975 para dar lugar aos ônibus espaciais, que voariam pela primeira vez em 1981. Em 2011, eles também foram aposentados.
O mineral, que é avermelhado e tem a forma de minúsculas agulhas, foi coletado há dois anos, por acidente. O tempo entre a descoberta e o anúncio serviu para estudar o raro mineral e confirmar que se trata do mesmo encontrado no nosso satélite natural. Um artigo sobre a descoberta foi publicado na revista Geology.
A tranquillitita deve seu nome ao Mar da Tranquilidade (Mare Tranquillitatis em latin), região da Lua onde as missões Apollo pousaram. Agora, o mineral já foi encontrado em seis pontos da Austrália ocidental, em rochas como a dolerita, conhecida popularmente como granito negro.
“De fato, suspeitamos que a tranquillitita logo será reconhecida em rochas similares à dolerita no mundo todo”, afirmou Birger Rasmussen, cientista que liderou a pesquisa. “É incrível que a tranquillitita exista há todo esse tempo em rochas na Terra e que tenham se passado 40 anos desde que foi encontrado na Lua para que fosse detectada aqui”, avaliou ainda.
O tranquillitita aparece em quantidades minúsculas e não possui valor econômico. Teste preliminares indicam que as amostras encontradas na Austrália têm 1 bilhão de anos de idade.
(Com Agência EFE)