Júpiter ganhou duas novas luas, aumentando o número de satélites do maior planeta do sistema solar para 69. A descoberta foi anunciada por meio de dois comunicados do Minor Planet Center, instituição ligada à União Astronômica Internacional, nos Estados Unidos, na última semana. De acordo com os astrônomos responsáveis pela descoberta, eles estavam buscando corpos celestes distantes, em busca do Planeta Nove, quando perceberam os dois novos satélites de Júpiter.
“Júpiter estava na área que observamos entre Março de 2016 e 2017. Durante essas observações encontramos a maior parte das luas conhecidas de Júpiter e também algumas desconhecidas ou perdidas”, afirmou o astrônomo Scott Sheppard, do Instituto Carnegie, nos Estados Unidos, em comunicado.
Luas “perdidas”
De acordo com o astrônomo, Júpiter tem alguns satélites “perdidos”, que foram descobertos em 2003. Essas luas têm órbitas relativamente desconhecidas e, por isso, não é possível prever onde se encontram – razão por que são consideradas perdidas. No início de 2016, havia quatorze satélites nessa condição e, durante as observações, cinco deles foram “resgatados”.
Dois corpos vistos, contudo, não se enquadravam nessas condições. Sheppard, em conjunto com David Tholen , da Universidade do Havaí, e Chadwick Trujillo, da Universidade do Norte do Arizona, monitoraram os corpos durante um ano por meio de informações de telescópios localizados no Chile e, há poucas semanas, confirmaram que se tratavam de duas novas luas de Júpiter.
Os satélites, chamados S/2016 J1 e S/2017 J1, têm entre 1 e 2 quilômetros de diâmetro (muito pequenas, em termos cósmicos) e possuem órbitas elípticas e inclinadas que se estendem por até 30 milhões de quilômetros de Júpiter. A imensa distância das luas até o planeta sugere que os satélites foram formados nos pontos mais longínquos do sistema solar e, só depois, foram capturadas pela gravidade de Júpiter.
De acordo com os pesquisadores, os novos satélites ajudam a desvendar as fronteiras do sistema solar – possivelmente, outras luas devem ser descobertas até 2018, quando mais observações confirmarem se são satélites novos ou perdidos.