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Fóssil jurássico revela detalhes sobre a vida dos primeiros mamíferos

Estudo mostra que as pequenas espécies viviam mais que as contemporâneas, elucidando parte do caminho que levou ao sucesso evolutivo desse grupo

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 jul 2024, 16h49
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  • Pequenos mamíferos, como os ratos e camundongos, são famosos pelo desenvolvimento rápido e vida curta – em média, eles desmamam em menos de um mês e vivem cerca de três anos. Isso, no entanto, nem sempre foi assim. De acordo com um estudo divulgado nesta quarta-feira, 24, fósseis dos primeiros mamíferos revelam que, no passado, quando eles ainda dividiam o mundo com os dinossauros, suas vidas eram bem mais longas.

    A interpretação foi baseada em dois fósseis jurássicos de uma espécie chamada Krusatodon kirtlingtonesi, um pequeno animal, semelhante aos roedores atuais, mas que viveu há 166 milhões de anos, antes dos mamíferos dominarem todos os habitats terrestres. “Esses fósseis estão entre os mamíferos mais completos desse período”, disse Elsa Panciroli, pesquisadora do Museu Nacional da Escócia e autora do artigo científico publicado na Nature, em comunicado. “Embora por fora ele parecesse uma megera ou um rato, por dentro era bem diferente: cresceu mais lentamente e viveu muito mais tempo do que os pequenos mamíferos de hoje.”

    Por que a descoberta é importante?

    Os dois fósseis em que a pesquisa foi baseada foram descobertos com décadas de diferença. O primeiro deles, de um adulto, foi encontrado por volta de 1970, enquanto o mais recente, juvenil, em 2016. A coincidência de encontrar dois registros tão bem preservados de idades diferentes permitiu o estudo do desenvolvimento do animal, algo raro para espécies tão antigas.

    National Museums Scotland’s Dr Elsa Panciroli with enlarged, 3D printed models of krusatodon kirtlingtonesis skeletons.
    FÓSSEIS – Idades diferentes: pesquisadores investigaram crescimento dos animais (Duncan Mc Glynn/Divulgação)

    Os pesquisadores utilizaram imagens de raio-x para contar os anéis dos dentes e inferir a idade dos pequenos mamíferos. O que eles descobriram foi que, enquanto o adulto já tinha cerca de sete anos, tendo vivido mais que os animais contemporâneos, o mais novo, com algo entre sete meses e dois anos, ainda estava perdendo os “dentes de leite” e, portanto, ainda não tinha desmamado. “Como resultado, provavelmente também tinha uma fisiologia e uma história de vida bastante diferentes [dos mamíferos atuais]”, afirma Panciroli.

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    O achado é importante porque joga luz sobre a evolução do grupo de animais ao qual pertence os humanos. No período jurássico eles eram raros, mas, curiosamente, ganharam o mundo após o evento que promoveu a extinção dos gigantes daquele período.

    Hoje, os mamíferos são onipresentes, tendo alcançado sucesso adaptativo em todos os habitats, mas o caminho que levou a esse final bem sucedido ainda precisa ser melhor compreendido e desvendar a diferença entre a fisiologia das primeiras espécies desse grupo e as mais contemporâneas pode revelar as mudanças que as fizeram alcançar voos, caminhadas e mergulhos tão virtuosos.

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