Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Fêmeas de besouro são atraídas por feromônios sexuais e cheiro de cadáver

Ciclo de vida dos besouros é tão previsível que costuma ser usado por cientistas forenses para estimar há quanto tempo uma pessoa está morta

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h28 - Publicado em 15 ago 2012, 09h23

Cadáveres em avançado estado de decomposição são o local ideal para os besouros da espécie Dermestes maculatus se reproduzirem e botarem seus ovos. Ali, suas larvas encontram os nutrientes necessários para se desenvolverem. Agora, uma nova pesquisa publicada na revista Frontiers in Zoology mostrou que nem os feromônios sexuais liberados pelos machos nem o cheiro dos cadáveres são suficientes para atrair as fêmeas até o local. Elas só são atraídas quando os dois odores estão presentes em conjunto, mostrando como a evolução da espécie aumentou as chances de sua reprodução ter sucesso.

Os cientistas da Universidade de Ulm, na Alemanha, pesquisaram quais odores eram capazes de atrair as fêmeas virgens e jovens, com duas a três semanas de vida, do besouro. Eles testaram diversos aromas: o cheiro de cadáver de porco coletado em diferentes estágios de decomposição, feromônios masculinos extraídos da glândula do inseto, feromônios sintéticos e um solvente.

As fêmeas ignoraram totalmente tanto os feromônios artificiais quanto o solvente. Na verdade, elas não foram atraídas por quase nenhum dos odores, a não ser pelo do cadáver nos últimos estágios de decomposição, desde que reforçado pelos feromônios masculinos. “Embora o cheiro do cadáver não seja capaz de atrair as fêmeas, ele é o suficiente para atrair os machos jovens”, explica Christian von Hoermann, coordenador do estudo.

Segundo o pesquisador, a liberação de feromônios por parte dos machos assinala que o cadáver é um ambiente apropriado para alimentação, acasalamento e depósito de ovos. A seleção natural teria feito com que as fêmeas só respondessem aos chamados dos machos se o odor do cadáver estivesse presente – e vice-versa – para otimizar as chances de sobrevivência de seus filhos.

Continua após a publicidade

Leia também:

Vespa gigante encontrada há 82 anos na Indonésia pertence a uma nova espécie

Feromônio aumenta produção de mel e saúde das abelhas

Continua após a publicidade

Brasil produz mosquito transgênico para combater dengue

Ciclo – A decomposição de cadáveres costuma ser um prato atrativo para muitas espécies de insetos, que desenvolveram preferência por diferentes estágios do processo. As primeiras a chegar ao corpo costumam ser as moscas, cujas larvas se alimentam dos tecidos ainda úmidos. Depois, vêm os besouros das famílias Histeridae e Staphylinidae, que se alimentam dessas larvas. Os besouros Dermestes maculatus chegam no estágio seguinte e passam a se alimentar dos restos de pele e ligamentos.

No entanto, eles só começarão a se reproduzir quando a decomposição estiver mais avançada e o cadáver reduzido a ossos, cabelos e pele seca. A partir desse momento, só restarão as larvas do besouro. O ciclo de vida e a sequência de chegada desses animais é tão previsível que costuma ser usado por cientistas forenses para estimar há quanto tempo uma pessoa está morta.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.