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Extinção em massa reorganizou ecossistemas terrestres, diz estudo

Desaparecimento de megafauna ocorreu há 10 mil anos

Por Da Redação
Atualizado em 13 dez 2023, 10h10 - Publicado em 13 dez 2023, 10h00

Extinções são eventos importantes para a vida na Terra. Apesar de grupos de animais e plantas desaparecerem nesses eventos, elas forçam o resto da cadeia a se adaptar, e não foi diferente quando os grandes mamíferos, como mamutes e preguiças-gigantes, passaram por esse processo, entre 50 e 10 mil anos atrás. 

De acordo com o artigo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e publicado nesta terça-feira, 12, no periódico científico Annual Review of Earth and Planetary Sciences, a extinção global da megafauna fez com que sementes de plantas e animais carnívoros reduzissem de tamanho para se adaptar a nova realidade. 

Qual a relação disso com o mundo atual?

A revisão científica investigou o papel das extinções no Pleistoceno nas plantas e animais de diferentes ecossistemas. “Os mamíferos que chamamos de megafauna podem atingir mais de 1000 quilos, consomem muito alimento, espalham nutrientes através das fezes e têm capacidade de se deslocar por grandes distâncias”, afirma Mathias Mistretta Pires, pesquisador da Unicamp e autor do estudo. “As extinções causaram a perda desses processos.”

Nessa época, 70% de toda a megafauna desapareceu do planeta, o que moldou a paisagem como ela é hoje. Sem eles, as plantas com grandes sementes foram afetadas, dando espaço para as sementes menores, capazes de serem transportadas por animais de pequeno e médio porte. Além disso, os grandes predadores também ficaram sem alimento, favorecendo a expansão dos animais que se nutriam de presas menores. 

“A partir do momento em que a megafauna sumiu, as sementes grandes não tinham mais capacidade de serem dispersas para longe da planta, o que diminuiu suas chances de germinação”, diz Pires. “Já os grandes predadores que sobreviveram se tornaram mais centrais, pois há uma quantidade bem menor de espécies atualmente do que antes.”

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Qual a importância desse tipo de pesquisa?

Essa compreensão é importante para seja possível criar estratégias para lidar com novos eventos de extinção. A partir do estudo do efeito que esses eventos tiveram no passado, é possível prever os impactos que novos desaparecimentos podem causar e, consequentemente, se torna viável desenvolver estratégias de manejo mais apropriadas. 

“A integração de áreas da paleoecologia e da biologia da conservação pode nos ajudar a criar estratégias para restaurar funções exercidas pela megafauna, como a dispersão de nutrientes e sementes e a regulação das populações naturais”, afirma Pires.

(Com Agência Bori)

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