Estudo: Muitas áreas protegidas não ajudam a fauna
Maior pesquisa já feita sobre o assunto aponta que a gestão da área importa mais do que sua mera interdição em nome da natureza
O estudo mais extenso já realizado sobre áreas protegidas (ou seja, regiões interditadas em nome da preservação da fauna e da flora) revelou que a maioria delas não beneficia diretamente a vida selvagem. Aproximadamente 1,5 mil áreas protegidas em 68 países foram analisadas pelos pesquisadores, que focaram principalmente no seu impacto sobre pássaros.
A pesquisa, publicada na revista científica Nature, indicou que, para que a proteção desses locais seja eficaz, é importante que a administração seja eficiente. Assim, não basta simplesmente reservar a área para o meio ambiente.
Os cientistas compararam as regiões antes e depois de sua proteção oficial, comparando ainda os comportamentos das populações de aves dentro e fora dessas regiões. Como resultado, eles verificaram que, embora nesses lugares as populações de vida selvagem estivessem estáveis ou crescendo, elas não estavam em condições melhores do que em locais não protegidos. Consequentemente, percebe-se que é preciso gerir adequadamente essas áreas, de forma a impulsionar a vida selvagem, ao invés de simplesmente interditá-las.
Os especialistas ressaltam que as descobertas não significam que a interdição de determinadas regiões-chave para o meio ambiente seja inútil ou negativa. A conclusão é que elas devem ser pensadas sempre com o cuidado com os animais em mente, sendo que elas dificilmente funcionaram o melhor possível sem supervisão.