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Estudo explica popularidade de buldogues e outros cães de cara chata

Vulnerabilidade e aparência infantil são os principais fatores para o apelo

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 set 2023, 18h14 - Publicado em 25 set 2023, 14h12

Há pelo menos 20 mil anos, cães e seres humanos se tornaram melhores amigos e, desde la, não se afastaram mais. Apesar da onipresença dos pequenos peludos, cada raça tem um apelo diferente e, com alguma frequência, uma ou outra se torna mais popular. Collie, poodle e dálmata são exemplos de categorias que já ganharam o coração do público, mas os queridinhos da vez são os buldogues – e um estudo sugere que a aparência indefesa pode ser a culpada. 

De acordo com o trabalho, além da apresentação infantil, com seus olhos grandes, cabeça pequena e patas curtas, esses animais têm maior dificuldade para realizar tarefas e costumam olhar mais para os humanos durante essas atividades. Essas características fazem com que pareçam mais vulneráveis e dependentes dos seus donos. 

“Consideramos altamente provável que a tendência humana natural de cuidar dos indefesos, especialmente quando este comportamento está associado a uma aparência infantil, desencadeie o instinto de carinho dos proprietários, influenciando a escolha da raça”, explicou a VEJA Dorottya Júlia Ujfalussy, autora do artigo publicado na Scientific Reports e membro do grupo de pesquisa Momentum, da Universidade Eötvös Loránd, na Hungria. 

Para fazer essa análise, os pesquisadores investigaram três grupos de cachorros, buldogues franceses, buldogues ingleses e Mudis hungaros. Os dois primeiros representam animais braquicefálicos, nome dado àqueles com focinho curto, e o último, um cão pastor com focinho de comprimento médio. Os indivíduos deveriam realizar uma tarefa simples: abrir três caixas para alcançar um petisco. 

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Enquanto 90% dos Mudis tiveram sucesso em realizar a tarefa, apenas 50% dos braquicefálicos conseguiram recuperar os petiscos. Além disso, os buldogues demoraram mais tempo para conseguir realizar a tarefa e olharam para os seres humanos pelo menos quatro vezes mais que o cão pastor. 

Os autores notam que a maior necessidade de ajuda e a característica indefesa podem aumentar o vínculo com os donos, que se sentem mais necessários para os seus animais, o que justificaria a popularidade. O aumento de interesse é inquestionável. Segundo um levantamento da American Kennel Club, os buldogues ultrapassaram os labradores entre as raças mais populares nos Estados Unidos. No Brasil, de acordo com o Radar Pet 2020, eles ocupam o segundo lugar entre os queridinhos, atrás apenas dos sem raça definida e dos Shih-Tzu. 

A popularidade carrega consigo um questionamento ético. Apesar da aparência fofa, esses animais são mais propensos a desenvolver diversas doenças respiratórias, oculares e neurológicas, além de problemas de pele, ouvido, dentes e intestino. 

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