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Estudo australiano descobre origem de lobo que intrigou até Charles Darwin

Análise do DNA do lobo das Malvinas permitiu descobrir como o animal fez a travessia de 480 quilômetros entre o continente e as isoladas Ilhas Malvinas

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h22 - Publicado em 7 mar 2013, 14h54

Pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, resolveram um mistério que há 320 anos deixava estudiosos perplexos: como o lobo das Ilhas Malvinas (Dusicyon australis) teria chegado a essas isoladas ilhas, a cerca de 480 quilômetros de distância da Argentina, e se tornado o único mamífero terrestre a habitar a região. O estudo que descreve essa conclusão foi publicado nesta terça-feira, no periódico Nature Communications.

Conheça a pesquisa

TÍTULO ORIGINAL: The origins of the enigmatic Falkland Islands wolf

ONDE FOI DIVULGADA: periódico Nature Communications

QUEM FEZ: Jeremy J. Austin, Julien Soubrier, Francisco J. Prevosti, Luciano Prates, Valentina Trejo, Francisco Mena e Alan Cooper

INSTITUIÇÃO: Universidade de Adelaide, Austrália

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RESULTADO: O lobo das Malvinas se diferenciou de seus ancestrais e teria colonizado as ilhas Malvinas há 16.000 anos, não 330.000, como estudos anteriores mostravam. Ele realizou a travessia do continente para o arquipélago por meio de um estreito, possível devido ao baixo nível do mar e seu congelamento.

Teorias anteriores sugeriram que o animal poderia ter flutuado sobre vegetação ou blocos de gelo, atravessado por alguma ponte que atualmente estaria submersa ou mesmo ter sido transportado por humanos do continente até o arquipélago.

A questão foi levantada em 1690, por exploradores britânicos, e já intrigou até Charles Darwin, quando encontrou o animal pela primeira vez durante uma viagem na embarcação Beagle, em 1834. A caça provocou a extinção do lobo das Malvinas em 1876.

Para a realização desse estudo, os pesquisadores extraíram amostras do crânio de um espécime do lobo das Malvinas coletado por Darwin e outro exposto no Museu Otago, na Nova Zelândia.

Parente extinto – Estudos anteriores mostravam que o lobo das Malvinas teria divergido geneticamente do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) há cerca de sete milhões de anos e estimavam que o lobo das Malvinas teria colonizado o arquipélago há cerca de 330.000 anos.

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De acordo com Jeremy Austin, integrante do grupo de pesquisadores, os estudos anteriores não incluíam um parente extinto do lobo das Malvinas, o Dusicyon avus, que habitava a América do Sul. “Nós extraímos o DNA de seis exemplares de Dusicyon avus coletadas no Chile e na Argentina e o comparamos com um grande grupo de espécies extintas ou não da mesma família”, disse Austin.

As análises mostraram que o Dusicyon avus era o parente mais próximo do lobo das Malvinas e eles se distanciaram há apenas 16.000 anos.

Porém ainda restava saber como o animal teria realizado a travessia. “O momento de descoberta foi quando encontramos evidências de planaltos submarinos na costa da Argentina”, afirmou Alan Cooper, integrante do estudo.

Os pesquisadores concluíram que durante o último máximo glacial (ocorrido entre 25.000 e 18.000 anos atrás) o nível do mar desceu drasticamente na região, permitindo que um estreito ligasse o arquipélago ao continente. O lobo teria atravessado esse estreito quando o mar estava congelado.

A ausência de outros mamíferos na região pode ser explicada pelo fato de que animais menores, como ratos, não são capazes de atravessar o gelo.

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