Esqueleto humano da Idade da Pedra mostra sinais de amputação cirúrgica
Restos foram encontrados por pesquisadores que estavam explorando uma caverna na Indonésia
Pesquisadores australianos, indonésios e sul-africanos descobriram um esqueleto de 31 mil anos em uma caverna na Indonésia. Os restos do jovem do sexo masculino estavam sem o pé esquerdo e parte da perna esquerda. Em um estudo publicado esta semana na revista Nature, os cientistas defendem a tese de que se trata da evidência mais antiga conhecida de uma amputação.
Tim Maloney, arqueólogo da Universidade Griffith, na Austrália, e principal pesquisador do estudo conta que ele e seus colegas estavam explorando uma caverna em Bornéu, em uma região conhecida por ter algumas das primeiras artes rupestres do mundo, quando encontraram o túmulo. Embora o esqueleto estivesse intacto, faltavam partes. Os ossos do pé não estavam perdidos, eles haviam sido removidos.
A amputação teria sido realizada quando o indivíduo ainda era criança. A pessoa sobreviveu de seis a nove anos depois de perder o membro, eventualmente morrendo de causas desconhecidas como um jovem adulto. Antes dessa descoberta, o primeiro exemplo de amputação havia sido em um agricultor francês de 7.000 anos atrás, que teve parte de seu antebraço removida.
“A visão predominante sobre a evolução da medicina é que o surgimento de sociedades agrícolas estabelecidas há cerca de 10.000 anos (a Revolução Neolítica) deu origem a uma série de problemas de saúde até então desconhecidos entre populações forrageiras não sedentárias, estimulando as primeiras grandes inovações em práticas médicas pré-históricas”, escreveram os autores no levantamento.