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Descoberta no Iraque ‘taverna’ com geladeira de 5 000 anos

Achado oferece nova perspectiva sobre a vida cotidiana de uma das mais importantes cidades-estados da Mesopotâmia

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 fev 2023, 15h08

Em escavações no Iraque, arqueólogos das universidades de Pisa (UniPi), na Itália, e de Pensilvânia, nos Estados Unidos, descobriram o que parece ser uma taverna — espécie de restaurante — que remonta a 2 700 aC. O Projeto Arqueológico Lagash, do qual fazem parte os pesquisadores, desencavou uma área de refeição ao ar livre com bancos, forno, recipientes, restos de comida e uma geladeira de 5 000 anos — chamada de “zeer”, termo árabe que identifica a técnica “pote dentro do pote” para armazenar bebidas e alimentos.

O mais curioso é que o local estava escondido a apenas 50 cm da superfície. A sua descoberta oferece uma nova perspectiva sobre a vida cotidiana das camadas mais humildes de uma das mais importantes cidades-estados da Mesopotâmia, Lagash — onde hoje fica Tell al-Hiba. “A ‘taverna’ de Lagash é, portanto, um elemento importante na reconstrução do conhecimento no campo da produção e distribuição de alimentos, economia na base do primeiro complexo de sociedades da história humana”, disse Sara Pizzimenti, professora da UniPi e uma das líderes da escavação.

Tell al-Hiba, no Iraque: a geladeira -- ou zaar, em árabe -- que abastecia a taverna da antiga cidade-estado de Lagash, na Mesopotâmia
Tell al-Hiba, no Iraque: a geladeira — ou zaar, em árabe — que abastecia a taverna da antiga cidade-estado de Lagash, na Mesopotâmia – (Universidade de Pisa/Reprodução)

Tell al-Hiba está localizado 24 quilômetros a leste da cidade de Shatra, na província de Dhi Qar, no sul do Iraque. Cobrindo mais de 400 hectares, a antiga Lagash foi uma das maiores e mais antigas cidades-estados do sul da Mesopotâmia e a capital do estado de mesmo nome. Ocupada a partir do quinto milênio aC. e abandonada por volta de 2.300 aC, era um dos mais importantes centros comerciais da região, com uma intensa e variada produção artesanal, e com acesso a terras agrícolas.

Até o Projeto Arqueológico de Lagash, iniciado em 2019, as escavações se concentravam na arquitetura religiosa e na compreensão das elites. Com o novo projeto, porém, a atenção dos arqueólogos deu mais atenção às áreas não elitistas da cidade, para poder entender melhor como era a vida na antiga cidade da Mesopotâmia. A descoberta da taberna lança assim uma nova luz sobre o quotidiano de um bairro popular sumério provavelmente ligado às atividades artesanais de produção de cerâmica.

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