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Cruzamento entre homem moderno e ancestrais pode ter ocorrido há 35.000 anos na África

Pesquisadores identificam traços arcaicos em genoma moderno que confirmam intercâmbio genético antes da migração dos 'Homo sapiens' para a Eurásia

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h01 - Publicado em 6 set 2011, 17h51

Por muito tempo a teoria de evolução dos homens mais aceita foi de que a espécie Homo sapiens se originou na África e se espalhou pelo mundo a partir de uma população única. Mas uma dúvida sempre intrigou: teriam os primeiros homens modernos cruzado com formas mais primitivas do gênero Homo? Análises genéticas realizadas com ossos de Neandertais sugerem que houve uma mistura depois da migração para a Eurásia ocorrida entre 80.000 e 30.000 anos. Agora, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Arizona, nos EUA, mostra que o ‘namoro’ com formas arcaicas (que podem ser formas menos evoluídas do Homo sapiens ou mesmo outras espécies, como o Homo erectus) pode ter ocorrido antes, há 35.000 anos, e em solo africano.

Michael F. Hammer, responsável pelo trabalho, acredita que homens modernos não tenham se isolado tanto de seus ancestrais ()

Em um artigo publicado no periódico científico especializado Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), os pesquisadores mostram que, ao menos em termos anatômicos, homens modernos não estavam tão distantes de seus ancestrais. “Encontramos evidências de hibridação entre homens modernos e formas arcaicas na África”, diz Michael Hammer, responsável pelo trabalho. “Parece que a nossa linhagem sempre trocou genes com vizinhos morfologicamente diferentes.”

Segundo Hammer, as novas tecnologias em biologia molecular poderiam extrair material genético de fósseis de milhares de anos para que uma comparação com homens modernos fosse realizada. Contudo, não há exemplares africanos para esse tipo de abordagem. “Neandertais viveram em climas mais frios, mas o clima em áreas mais tropicais dificulta a sobrevivência do DNA por tanto tempo, de forma que recuperar amostras úteis de espécimes fósseis é extremamente difícil, se não impossível.”

Mas a equipe desejava analisar exemplares de 40.000 anos. Por isso, os pesquisadores se valeram de estatísticas e modelos computacionais, tendo como foco o DNA de homens modernos pertencentes a populações africanas. O objetivo era encontrar regiões incomuns no genoma – uma maneira de identificar material genético possivelmente oriundo de formas humanas arcaicas. Por meio de simulações de cruzamento e troca de material genético, eles previram quais sequências de DNA se pareceriam com as encontradas hoje.

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Os pesquisadores conseguiram estimar a ‘idade’ do trecho incomum do DNA pelo tamanho do cromossomo: quanto mais curto, mais antigo (já que interações genéticas ao longo dos milhares do ano fragmentariam o mesmo). Os resultados indicaram que pelo menos 2% do genoma dos indivíduos estudados pode ter se originado de uma espécie próxima já extinta. Os dados vão contra a visão tradicional de que homens modernos descenderam de uma população única que despontou na África e substituiu todas as demais espécies Homo, sem cruzamento.

Espécies do gênero Homo

Homo sapiens Espécie do homem moderno, surgiu na África há mais de 300 mil anos e começou a se expandir para a Europa, Oriente Médio e Ásia há aproximadamente 60 mil anos. Alcançaram a Austrália há 40 mil anos e Américas há 14 mil anos.

Homo neanderthalensis Surgiu na Ásia há mais de 300 mil anos, se espalhando depois para o norte e oeste da Europa. Coexistiu com o Homo sapiens e se extinguiu há cerca de 30 mil anos.

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Homo rhodesiensis Viveu na África entre 600.000 a 125.000 anos atrás.

Homo erectus Espécie deixou a África há cerca de 1,7 milhão de anos, atravessando a Europa e a Ásia e atingindo a Indonésia. Desapareceu da Terra há 300.000 anos.

Homo heidelbergensis Surgiu há mais de 500.000 anos na Europa e se extinguiu há 250.000 anos.

Homo habilis Surgiu há mais de 2 milhões de anos na África subsaariana e se tornou extinto há menos de 1.5 milhão de anos.

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