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Crosta lunar tem 200 milhões de anos a mais do que se estimava, diz estudo

Novos marcadores de idade permitem aos cientistas abordagens inéditas sobre eventos que marcaram a história evolutiva do satélite

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 jul 2023, 19h05
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  • Pesquisadores da Noruega e da França criaram um sistema para coordenar e calibrar dados conflitantes sobre a datação da superfície lunar -
    Pesquisadores da Noruega e da França criaram um sistema para coordenar e calibrar dados conflitantes sobre a datação da superfície lunar - (Reprodução/Nasa)

    Até hoje, apenas 12 homens tiveram o privilégio de caminhar na Lua. Eugene Cernan foi o último astronauta a passear pela satélite natural da Terra, há mais de 50 anos, durante a última missão Apollo. “Sentimos o momento mais tranquilo que um humano pode viver”, disse ele, em dezembro de 1972. “Não há nenhuma vibração. Nenhum ruído.” Essa pasmaceira sentida por Cernan é recente. Houve um tempo em que a superfície foi muito golpeada por asteroides e cometas, que deixaram algumas cicatrizes em forma de crateras. Essas “feridas” geológicas se tornaram objeto de análise e permitiram que cientistas ajustassem o relógio evolutivo do satélite natural.

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    Pesquisadores da Noruega e da França criaram um sistema para coordenar e calibrar dados conflitantes sobre a datação da superfície lunar. O ajuste de datas mostra que algumas partes da crosta lunar são cerca de 200 milhões de anos mais velhas do que se supunha anteriormente. Os novos marcadores permitem aos cientistas novas abordagens sobre os eventos que marcaram a história evolutiva do corpo celeste.  

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    “Existem duas formas de avaliar a idade de certos eventos na lua. Uma é datar rochas lunares e meteoritos em laboratórios na Terra, a outra é contar crateras da superfície lunar. Quanto mais crateras houver em um determinado espaço, mais velho ele é”, disse à VEJA Stephanie Werner, professora da Universidade de Oslo, Noruega, e uma das autoras do artigo. Werner esclarece que trabalhos anteriores detectaram discrepâncias entre análises laboratoriais e a contagem de crateras. 

    As crateras são registradas de acordo com seu tamanho. Um gráfico de frequência de tamanho (ou histograma cumulativo) é usado como base para determinar a idade relativa (quanto mais crateras, mais velhas). Com base nisso, usando um modelo de cronologia de crateras, que relaciona a frequência e a idade, determina-se uma idade absoluta. E foi justamente esse modelo que foi revisto.

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    Tentando dissipar diferenças, os pesquisadores buscaram estabelecer uma correlação entre as amostras recolhidas pelas missões espaciais e o número de crateras na área circundante ao local da amostra. O objetivo era determinar com exatidão o ponto de origem de cada rocha recolhida da superfície lunar, comparando os dados laboratoriais com as crateras ao redor.  “Descobrimos que, ao fazer isso, poderíamos resolver as discrepâncias das análises e retroceder a idade da superfície da Lua em até 200 milhões de anos”, diz Werner, salientando que o desenvolvimento do novo modelo cronológico começou em 2014.

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    Esse ajuste de datas permite recuar no tempo um intenso período de bombardeio do espaço, que agora estima-se ter ocorrido antes da extensa atividade vulcânica que formou alguns padrões lunares. Além disso, os autores sugerem que Orientale (a bacia mais jovem da lua) tem 3,9 bilhões de anos, essa idade geralmente é atribuída à bacia Imbrium, que pode ser bem mais velha. 

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    “A lua é atualmente o único objeto do sistema solar onde pode ser feita uma calibração da cronologia das crateras, podendo ser considerada uma placa de calibração para o sistema solar”, sintetiza Werner. “O próximo passo é transferir esse sistema de cálculo para outros corpos planetários, como Marte, por exemplo”.

    Os novos marcos temporais não alteram as estimativas para a idade da Lua, apenas a datação de sua superfície, que pode ter estimativas de idade diferentes, já que a formação não aconteceu de maneira uniforme.  Observar os sinais desses impactos na Lua mostra como a Terra poderia ter sido sem a agitação geológica das placas tectônicas e ajudam a compreender a evolução dos corpos planetários em nossa galáxia. 

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