Com a ajuda de cientistas, Stephen Hawking poderá usar a mente para se comunicar
Pesquisadores gravaram atividade cerebral do físico e identificaram padrões que vão ajudá-lo a se comunicar usando apenas o pensamento

O mais famoso físico do planeta, Stephen Hawking, é portador da esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa que paralisa todos os movimentos de suas vítimas ao longo dos anos. Por causa da gravidade da doença, os médicos deram a Hawking somente dois anos de vida, mas ele sobrevive a despeito da incapacidade de se mover. Seu cérebro continua intacto e produtivo.
Hoje, o físico movimenta a bochecha para ativar um aparelho feito sob medida que o ajuda a formar palavras e frases. Contudo, com o passar do tempo, Hawking também perderá a capacidade de mover a bochecha. Quando isso acontecer, suas chances de se comunicar com o mundo exterior serão reduzidas a zero, ou quase isso. Uma nova tecnologia, chamada de iBrain, porém, pode garantir que o gênio continue se comunicando. Philip Low, professor da Universidade Stanford e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ambos nos Estados Unidos, vai substituir o movimento da bochecha, que controla o sistema de comunicação de Hawking, por um comando cerebral.
Low trabalha com Hawking há um ano utilizando um gravador de ondas cerebrais. “Ele me pediu que o visitasse e queria fazer parte dos nossos estudos”, diz Low, em entrevista ao site de VEJA. “Pedimos a ele que treinasse a mente a imaginar que estava mexendo os membros, mesmo impossibilitado”, diz. Esse pensamento seria a ordem para ativar o sistema de comunicação do físico.
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Provocação – Low conheceu Hawking há dois anos em uma conferência científica em Nova York. Os dois se aproximaram por causa da objetividade de suas teses de doutorado: a de Hawking tem algumas laudas, enquanto que a de Low se resume a meia página. “A filha dele o provocou dizendo que a minha tese era mais resumida, algo que sempre foi motivo de orgulho para ele”, afirma Low.
O pesquisador se encontrou com Hawking duas vezes para gravar a atividade cerebral do gênio – uma em julho e a outra em novembro de 2011. Depois de analisar os dados com um algoritmo computacional, Low conseguiu definir quais são os padrões distintos que representam a ordem de mover os braços.
“Agora, já é possível construir um equipamento que se conectará ao dele, eliminando a necessidade de usar a bochecha para se comunicar”, relata Low. “Ele fará tudo com a mente.” Os resultados serão apresentados no dia 7 de julho, na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Hawking deverá comparecer para mostrar o funcionamento da tecnologia.
O objetivo do gravador cerebral e algoritmo desenvolvidos por Low não é apenas dar solução ao problema de Hawking. De acordo com o pesquisador, o programa seria capaz de identificar atividades cerebrais presentes apenas em pessoas propensas a desenvolver certos tipos de doenças neurológicas, como Parkinson. “Estamos criando um banco de dados para comparar diferentes resultados e refinar os diagnósticos”, diz.
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