Cinco novos estudos revelam surpresas sobre Plutão
Plutão possui atmosfera mais densa e fria do que se pensava e possuía um vulcão que expelia gelo e água
Pesquisadores americanos realizaram cinco novos estudos sobre Plutão – planeta anão conhecido por suas peculiaridades – e descobriram que ele possui uma grande variedade de paisagens e que sua atmosfera é mais fria e densa do que se pensava. Analisando os primeiros resultados da missão New Horizons, da Nasa, os americanos descobriram uma série de novidades surpreendentes sobre Plutão e sua Lua Caronte e as incluíram em estudos publicados na edição desta semana da revista Science. O conjunto das pesquisas pode ajudar os cientistas a compreender melhor os processos de evolução planetária nas galáxias.
O primeiro estudo publicado pelos pesquisadores, liderados por Randy Gladstone, do Southwest Research Institute, descobriu que a atmosfera do planeta anão é mais fria e compacta do que se pensava. Segundo a pesquisa, a atmosfera rica em nitrogênio de Plutão vaza muito lentamente para o espaço. Esse mecanismo, que os pesquisadores ainda não têm certeza de como se forma, permite que a atmosfera continue fria o suficiente para a permanência de gelo por lá.
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A equipe ainda analisou em um segundo estudo a relação “estranha” entre Plutão e Caronte, a maior Lua do planeta anão. Já era sabido que, diferente da órbita comum – quando a Lua circula em volta do planeta -, a maior Lua do sistema solar circula junto com Plutão em volta de um ponto fixo, ou seja, as duas ficam em movimento orbital. O novo estudo sugere que Caronte foi um local bastante ativo geologicamente há 2 bilhões de anos, mas esfriou e a superfície acomodou-se, formando crateras e picos. No entanto, é possível que a superfície de Caronte tenha sido cortada por um rio, uma vez que apesar de ter o hemisfério Norte acidentado, metade da sua superfície é plana. Segundo os investigadores, a causa de tal geografia é, possivelmente, um vulcão que expele gelo e água, estrutura que se forma especificamente em luas geladas.
As análises das imagens obtidas por New Horizons ainda permitiu que os pesquisadores indicassem em seu terceiro estudo que a existência de tanta variabilidade do terreno de Plutão sugere que placas tectônicas, extensos montes, glaciares e blocos de gelo resultaram da erosão e de diferentes processos de formação geológica, que ocorreram durante os últimos 100 milhões de anos. No quarto estudo, os pesquisadores mostram como as Luas menores do planeta anão se comportam. De acordo com os pesquisadores, a esperança era de encontrar superfícies parecidas com a de Caronte, uma vez que os especialistas acreditavam que as irmãs menores da grande Lua do sistema solar fossem feitas da mesma colisão. O que a equipe descobriu, no entanto, foi que as Luas menores eram muito mais brilhantes e mais velhas que Caronte. No último estudo, os pesquisadores analisaram como Plutão modificou o ambiente espacial à sua volta, interagindo com suas Luas e com o vento solar.
Os pesquisadores ainda devem analisar diversas outras imagens e dados coletados na missão New Horizons, que sobrevoou Plutão e Caronte em 14 de julho de 2015.
(Da redação)