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Cientistas montam banco de esperma para a Grande Barreira de Coral em perigo

Por Por Amy Coopes
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h47 - Publicado em 30 jan 2012, 11h04

Cientistas australianos montaram um precioso banco de esperma na esperança de assegurar o futuro da Grande Barreira de Coral, em perigo devido às mudanças climáticas.

Cerca de 70 milhões de espermatozóides e 22 bilhões de embriões coralinos armazenados em nitrogênio líquido (a -196° C) estão guardados no zoológico de Dubbo, a leste da Nova Gales do Sul, nas portas do deserto australiano.

“Sabemos que a Grande Barreira de Coral corre um enorme risco, devido a vários fenômenos de escala mundial como as mudanças climáticas, a acidificação dos oceanos e o aquecimento da água”, explicou a responsável pelo projeto, Rebecca Spindler.

“Os próximos cinco anos serão cruciais para preservar a barreira e capturar o máximo de diversidade genética”, advertiu.

Sua equipe trabalha com Mary Hagedorn, pesquisadora da importante instituição pública americana, Smithsonian Institute, para recolher e congelar amostras da Grande Barreira.

O objetivo é recolher o maior número possível de células reprodutoras (gametas). Os cientistas coletaram porções inteiras da barreira antes de submergir-las em tanques na espera do período de reprodução, que acontece em apenas três dias do ano.

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Especialistas do Australian Institute of Marine Science (Instituto de Oceanografia da Austrália) devolveram as porções para o lugar de origem, de onde foram retiradas do mar.

Os cientistas esperam criar uma verdadeira reserva genética de espécies coralinas, caso não sobrevivam ao aquecimento global, a contaminação, a dragagem e as intempéries do tempo, como os furacões.

O esperma e os embriões armazenados em Dubbo vão permitir a reconstituição in vitro do coral, que seria implantado de novo em seu meio natural para se reproduzir e reconstruir a barreira. Uma esperança “realista” daqui a alguns anos, segundo Rebecca Spindler.

“Os corais são uma espécie única no mundo, diferente de qualquer outro organismo, pois apresentam dois tipos de reprodução diferentes – sexuada (com ovos) e assexuada”, constatou a bióloga Nana Satake.

A reprodução assexuada acontece por fragmentação, separação de um pedaço do coral, que em seguida, se fixa a uma rocha e dá origem a uma nova colônia.

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A Grande Barreira, registrada como patrimônio mundial da UNESCO, estende-se por 345 mil km² ao longo da costa australiana e constitui o maior conjunto de corais do mundo.

São 400 espécies de corais, 1.500 espécies de peixes, 4 mil espécies de moluscos e várias espécies em risco de extinção, como o dugong (mamífero marinho herbívoro) e a grande tartaruga verde.

Além de sua biodiversidade marinha, a Austrália quer manter uma fonte de renda importante, o turismo, que arrecada por ano 6 bilhões de dólares australianos (4.800 bilhões de euros).

“Ecológica, econômica e socialmente, não podemos permitir perder a barreira”, concluiu Rebecca Spindler.

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