Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Cientistas estão perto de resolver o enigma das partículas elementares

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h51 - Publicado em 13 dez 2011, 16h30

Isabel Saco.

Genebra, 13 dez (EFE).- Os cientistas estão mais perto que nunca de responder ao enigma do chamado bosón de Higgs, segundo o qual existe uma partícula que explicaria o comportamento das partículas elementares e a origem da massa, e em cuja busca foram investidos grandes esforços e recursos.

Representantes do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em inglês) apresentaram nesta terça-feira os resultados obtidos neste ano e que revelam indícios ‘intrigantes’ da eventual existência da também conhecida como ‘partícula de Deus’, considerada crucial para entender a estrutura da matéria em nível subatômico.

A conclusão preliminar é que ‘é muito cedo’ para dar uma resposta definitiva, mas a previsão empírica é que no ritmo em que avança a pesquisa a questão será elucidada no mais tardar até o final de 2012.

O físico britânico Peter Ware Higgs formulou em 1964 o chamado bosón de Higgs, que estabelece a existência de uma partícula desconhecida que explicaria o funcionamento sobre o qual se baseia a física atual.

Os detectores CMS e ATLAS, do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) a buscam em paralelo, e de maneira independente um do outro, e em 2011 chegaram a resultados que se encontram dentro de uma mesma categoria, mas que estatisticamente ainda não permitem anunciar sua descoberta.

Continua após a publicidade

‘Foi um ano fantástico (…), mas são necessárias mais colisões para sabermos se (o bosón de) Higgs se confirma ou não. No entanto, realizamos um progresso extraordinário e reduzimos a janela (onde a partícula poderia ser encontrada)’, declarou o diretor-geral do Cern, Rolf-Dieter Heuer.

Para encontrá-la, milhões de prótons por segundo são lançados no LHC para se chocarem entre eles e criar uma incomensurável quantidade de dados que, após um primeiro filtro, são analisados pelos cientistas do ATLAS e do CMS.

O nível de energia em que funciona o LHC é o mais intenso jamais alcançado e possibilita que os prótons deem 11 mil voltas por segundo pelo anel de 27 quilômetros de circunferência do acelerador, enterrado a uma profundidade de entre 50 e 150 metros, exatamente na fronteira entre Suíça e França.

Encontrar a partícula de Higgs não seria para a ciência como encontrar uma agulha em um palheiro, mas literalmente como encontrar uma agulha em 100 mil palheiros, como ilustrou um cientista do Cern em uma conferência recente.

No entanto, a porta-voz do ATLAS, Fabiola Gianotti, sustentou em entrevista coletiva posterior à apresentação dos resultados que se descobrissem que a partícula de Higgs não existe seria ‘tão emocionante’ quanto o contrário.

Continua após a publicidade

‘Preferiria que existisse, é uma partícula que buscamos há muitos anos, que acreditamos que tenha características diferentes das outras e que permitiria resolver problemas no modelo padrão da Física, mas se não estiver ali, deve haver outra coisa’, comentou.

Sobre estes avanços, o físico espanhol Juan Alcaraz Maestre, pesquisador no CMS, disse à Agência Efe que com os dados de 2012 ‘poderemos definir o que está acontecendo realmente, se estamos diante de uma oscilação estatística ou se há uma partícula’.

‘Como cientista prefiro não pensar se existe ou não. Seria interessante encontrá-la, mas não encontrá-la onde pensamos que está também abriria caminhos muito interessantes e excitantes’, acrescentou.

Javier Cuevas, professor de Física Atômica na Universidade de Oviedo e responsável pela análise de dados no detector CMS, frisou que há muita satisfação na comunidade do Cern ‘pelo bom funcionamento do detector’.

O aparelho ‘demonstrou uma grande eficiência no recolhimento de dados. Foi melhor do que esperávamos’, considerou Cuevas.

Continua após a publicidade

Para dar uma ideia da magnitude do experimento, o cientista detalhou que o detector CMS pesa 12 mil toneladas, ou seja 30% mais que a Torre Eiffel. EFE

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.