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Cientistas encontram 74 genes relacionados ao desempenho escolar

Genética é responsável por 0,43% das diferenças no tempo de estudo entre os indivíduos. Bom desempenho depende, antes de tudo, de fatores externos

Por Da redação
13 Maio 2016, 09h06

Uma equipe de 253 cientistas de diversas partes do globo descobriu 74 genes relacionados ao grau de escolaridade das pessoas. A pesquisa, publicada na última quarta-feira (11) na revista científica Nature, identificou que fatores genéticos têm um papel – pequeno, no entanto – no bom desempenho escolar.

“As pequenas diferenças genéticas que encontramos podem ajudar a compreender o motivo pelo qual certas pessoas são mais suscetíveis de ter um declínio cognitivo precoce”, afirmou o professor e coautor do estudo Peter Visscher, do Queensland Brain Institute, na Austrália.

De acordo com os pesquisadores, a influência dessas 74 variações genéticas – a maioria relacionada a desenvolvimento cerebral – é sutil: a genética é responsável por 0,43% das diferenças de tempo de estudo entre os indivíduos. Para a combinação de genes que tem mais impacto, a diferença entre as pessoas que não são portadoras dos genes e aquelas que têm essa carga de ambos os pais “prevê, em média, cerca de nove semanas de escola a mais”, detalha Daniel Benjamin, coautor do estudo, da Universidade da Califórnia do Sul (USC), em Los Angeles. Ou seja: em uma pessoa desprovida de quaisquer genes relacionados ao desempenho escolar, o resultado seria 2 meses e meio a menos de estudos.

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Bom desempenho – O grau de escolaridade de um indivíduo é contado pela quantidade de anos em que esta pessoa esteve na escola ou na universidade. Para identificar os genes da pesquisa, os pesquisadores analisaram quase 300.000 indivíduos brancos, de origem europeia, distribuídos em 15 países do mundo. Após replicarem e testarem os resultados preliminares em outros 111.000 indivíduos com DNA cadastrado no banco genético UK Biobank, os cientistas identificaram os 74 genes relacionados à permanência na escola ou universidade. “Dessa vez tivemos condições de identificar bem mais variações genéticas associadas ao nível de estudo. Isso porque nossa amostra é bem mais ampla”, afirmou Benjamin.

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O papel da genética no sucesso dos indivíduos é um assunto delicado e os pesquisadores caminham com cautela para que o estudo não seja mal interpretado. De acordo com a pesquisa, a maior explicação para o tempo de estudo das pessoas ainda está nas relações familiares, ambiente social e condições de saúde. Daniel Benjamin alerta que qualquer utilização simplista dos resultados do estudo pode levar cientistas a falar de supostos “genes para a educação”. “Isso seria totalmente enganoso”, reforça o pesquisador, lembrando que o bom desempenho escolar depende, antes de tudo, dos fatores externos.

(Com AFP)

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