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Cientistas conseguem fazer macacos desenvolver aids

Descoberta vai permitir que novos medicamentos e vacinas sejam testados nesses animais e gerem resultados mais próximos do ser humano

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h11 - Publicado em 20 jun 2014, 20h43

Um grupo de cientistas conseguiu fazer o vírus HIV infectar macacos e provocar aids nesses animais pela primeira vez. O feito é importante porque pode permitir a realização de testes de novos medicamentos e vacinas para a doença com esses animais, de forma que os resultados obtidos sejam o mais próximo possível dos humanos. Até então, apenas os humanos eram capazes de desenvolver a doença, e os estudos em macacos eram feitos com o vírus SIV, que causa uma doença semelhante nesses animais, mas não igual. A pesquisa, feita em laboratórios americanos, foi publicada nesta sexta-feira na revista Science.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: HIV-1-induced AIDS in monkeys

Onde foi divulgada: periódico Science

Quem fez: Theodora Hatziioannou, Gregory Q. Del Prete, Brandon F. Keele, Jacob D. Estes, Matthew W. McNatt, Julia Bitzegeio, Alice Raymond, Anthony Rodriguez, Fabian Schmidt, C. Mac Trubey, Jeremy Smedley, Michael Piatak Jr., Vineet N. KewalRamani, Jeffrey D. Lifson e Paul D. Bieniasz

Instituição: Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, e outras

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Resultado: Os pesquisadores conseguiram fazer o vírus HIV infectar macacos e provocar aids nesses animais pela primeira vez. O feito é importante porque vai permitir que testes de novos medicamentos e vacinas para a doença sejam feitos com esses animais

A espécie asiática Macaca nemestrina foi escolhida para receber o vírus por apresentar menos defesas naturais ao HIV do que outros primatas. Ainda assim, os pesquisadores tiveram que alterar o vírus e o sistema imunológico do animal para que a doença o atingisse. “Os pesquisadores modificaram o HIV para que ele se comportasse nesse tipo de macaco exatamente igual ele se compota em humanos”, disse Ricardo Shobbie Diaz, infectologista da Unifesp, ao site de VEJA.

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Mecanismo – Os cientistas inseriram no HIV uma parte do vírus SIV responsável por desarmar as defesas do sistema imunológico dos animais, possibilitando a infecção. Eles então fizeram o vírus passar de um animal para o outro, resultando em seis gerações de animais infectados, para que esse HIV ligeiramente modificado pudesse se adaptar ao seu novo hospedeiro. Mesmo depois disso, porém, o sistema imunológico dos animais ainda resistia à doença, sendo capaz de controlar a infecção.

De acordo com Diaz, que não esteve envolvido na execução do estudo, pesquisas anteriores já haviam mostrado que as células do sistema imunológico conhecidas como CD8 atuam nos macacos contra a vírus SIV, então os pesquisadores decidiram enfraquecer essas células nos animais, e assim conseguiram fazer com que a doença se instalasse. “Quando a quantidade de células CD8 foi reduzida, os macacos infectados desenvolveram uma doença muito semelhante à aids em humanos. Eles apresentaram, por exemplo, algumas condições que definem a presença da doença, como contrair pneumocistose, infecção oportunista causada por um fungo”, disse Theodora Hatziioannou, professora da Universidade Rockefeller e principal autora do estudo. “Como isso reproduz o que acontece quando o HIV compromete o sistema imunológico de um paciente humano, nossa abordagem tem potencial para ser utilizada no desenvolvimento de terapias e medidas preventivas.”

Para Diaz, a descoberta pode representar um avanço no estudo da aids. “Poderemos começar a entender como o HIV age no organismo, além de trabalhar no desenvolvimento de medicamentos e vacinas. É um modelo mais fiel ao humano do que nós tínhamos antes”, afirma.

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