Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) criaram um sistema de imagens que consegue capturar um trilhão de quadros por segundo. A taxa é rápida o suficiente para produzir um vídeo em câmera lenta de uma rajada de luz atravessando o comprimento de uma garrafa de um litro. Ao custo de 250.000 dólares, a câmera poderá ser usada na computação quântica, produção de vídeos, geração de imagens médicas e células solares.
Andreas Velten, pós-doutorando no Media Lab, um dos maiores laboratórios de inovação do MIT, batizou o sistema de a câmera lenta ‘suprema’. “Não há nada no universo que seja rápido demais para essa câmera”, disse. O dispositivo foi originalmente criado para ajudar químicos em experimentos onde um raio de luz atravessa um objeto ou é emitida por um elemento.
Velten foi orientado por Ramesh Raskar, o mesmo que ajudou no projeto que vai permitir exames de vista pelo celular, desenvolvido pelo brasileiro Vítor Pamplona, no MIT.
Em inglês, os criadores da super câmera lenta explicam como o sistema funciona:
http:https://www.youtube.com/embed/EtsXgODHMWk
A configuração da câmera é completamente diferente das convencionais. A abertura da máquina é uma fenda estreitíssima, por onde entram as partículas de luz, ou fótons. De acordo com os cientistas, o modo como os fótons entram e são desviados na câmera permitem a produção apenas de uma imagem unidimensional. Para análises químicas, isso é irrelevante.
Contudo, para uma câmera de vídeo, essa é uma tremenda desvantagem. Os vídeos precisam de duas dimensões (altura e largura) para gerar corretamente imagens que os seres humanos possam reconhecer. Para fazer isso, os professores do Media Lab repetem a cena a ser filmada (como a luz atravessando uma garrafa) diversas vezes capturando o momento de diversos ângulos diferentes. Isso garante a construção de uma imagem de duas dimensões.
Para isso, os pesquisadores precisam sincronizar a câmera e o laser que gera o pulso de luz para que o tempo de exposição seja o mesmo em todos os registros. Todo esse esforço requer uma bateria de equipamentos óticos de precisão e extremo controle mecânico. A luz demora apenas um nano segundo – a bilionésima parte de um segundo – para atravessar uma garrafa, mas é preciso uma hora para coletar todas as informações para o vídeo final. Por isso, Raskar brinca que a câmera também é chamada “a mais lenta câmera rápida do mundo”.