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‘Australopithecus sediba’ pode ser o ancestral direto do gênero ‘Homo’

Análises do crânio, mãos e pelve mostram semelhanças com o homem moderno

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h00 - Publicado em 8 set 2011, 11h19

O Australopithecus sediba, descoberto em 2008, pode ser o ancestral direto do gênero Homo. É o que afirmam pesquisadores da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, e da Universidade de Zurique, na Suíça, depois que análises de ossos fossilizados de pré-humanos encontrados em Malapa – um sítio ao norte de Joanesburgo, na África do Sul -, revelaram uma idade de 1,98 milhão de anos. Ele é velho suficiente para ter dado origem ao Homo erectus – que viveu há 1,9 milhão de anos – espécie que é aceita pelos paleoantropólogos como ancestral direto do gênero humano.

Evidências

Por que o Australopithecus sediba pode ser o ancestral direto do gênero Homo:

  1. Cérebro – A região do polo frontal e a área do bulbo olfatório são semelhantes aos de humanos. Isso pode indicar que a reorganização dos neurônios observada em espécies Homo pode ter ocorrido antes do aumento do cérebro.
  2. Mãos – Dedos menores, mas polegares longos. Além disso, um metacarpo (a parte da mão anterior aos dedos) robusto. Por essas características, o exemplar teria condições de usar ferramentas com mais facilidade até do que o Homo habilis – considerada a primeira espécie a dominar instrumentos -, primeiro representante do gênero Homo. Ao mesmo tempo, demonstra habilidades especiais para escalar árvores.
  3. Pelve (bacia) – Antes, acreditava-se que o aumento da pelve estava associada ao nascimento de indivíduos com cérebros maiores. Mas o espécime apresenta uma pelve bastante desenvolvida, sugerindo que o bipedismo mudou essa estrutura antes do aumento no volume cerebral.

A equipe descobriu que o Australopithecus sediba reúne várias características que não são observadas em outros possíveis ancestrais do gênero humano. O fóssil mostra um cérebro surpreendentemente moderno – ainda que pequeno – , mãos desenvolvidas com polegares longos, uma pelve muito parecida com a de humanos e formato de pés e tornozelos misturando traços humanos e primatas. Diante das evidências, os pesquisadores acreditam que o espécime seja o melhor candidato a ancestral do gênero Homo, principalmente pelas suas mãos, cujos dedos polegares eram fortes suficientes para subir árvores, mas também se parecem com as mãos humanas, capazes de usar ferramentas com precisão. Até agora, este posto pertencia ao Homo habilis, que viveu há cerca de 2 milhões de anos.

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Um dos esqueletos parciais estudados é um crânio que poderia abrigar um cérebro com um volume de 420 centímetros cúbicos. Tudo indica que ele pertenceu a um indivíduo jovem de dez a treze anos de idade, do que se deduziu que um adulto teria um volume de cérebro de cerca de 440 centímetros cúbicos. O crânio é semelhante ao de um símio, mas já mostra sinais de que estava sendo reorganizado em uma linha evolutiva parecida com a dos humanos.

“Esse volume extremamente pequeno é intrigante, especialmente quando se observa as características faciais bem avançadas e particularidades dos sistemas de locomoção muito parecidas com as de humanos”, diz Peter Schmid, da Universidade de Zurique, coautor de cinco artigos publicados no periódico científico Science.

Australopithecus sediba

Australopithecus sediba ()

Seu fóssil foi descoberto em agosto de 2008, depois que o filho do paleontólogo Lee Berger encontrou uma clavícula na região de Malapa, ao norte de Johanesburgo, na África do Sul. As escavações foram então comandadas por pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça. Os fósseis não se assemelhavam a nenhuma espécie de hominídeo vista antes. Pela morfologia e idade, o espécime foi enquadrado no gênero Australopithecus – e não no gênero Homo.

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