Atlantis parte para a última missão da era do ônibus espacial
Espaçonave é lançada rumo à Estação Espacial Internacional. Ao regressar, será aposentada, marcando o fim do programa inaugurado há 30 anos












O ônibus espacial Atlantis partiu nesta sexta-feira às 12h29 (horário de Brasília), de Cabo Canaveral, na Flórida, rumo à Estação Espacial Internacional (ISS). Apesar da previsão de condições meteorológicas desfavoráveis, uma janela de tempo bom permitiu o lançamento da espaçonave. O voo marca a 135ª e última missão do programa dos ônibus espaciais, inaugurado há 30 anos, com o lançamento do Columbia.
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A previsão de mau tempo dava apenas 30% de chance para o lançamento da Nasa. Ainda assim, 1 milhão de espectadores acompanharam a contagem regressiva em frente ao Centro Espacial Kennedy. Segundos antes das 12h26, horário originalmente previsto para o lançamento, a contagem foi interrompida, para suspense da platéia, sendo retomada dois minutos depois. A volta do Atlantis está prevista para 20 de julho, em Cabo Canaveral.
Em seu derradeiro voo, o Atlantis leva quatro astronautas dos experientes da Nasa, a agência espacial americana: o comandante Christopher Ferguson, o piloto Dough Hurley e os especialistas de missão Sandra Magnus e Rex Walheim. Pouco antes de tomar sua posição no veículo espacial, Christopher Ferguson disse que este é “um desses momentos em que você precisa ser beliscado para confirmar que está acordado”. O Atlantis já realizou 32 voos espaciais e percorreu 194.168.330 quilômetros. Ao todo, passou 293 dias, 18 horas, 29 minutos e 37 segundos no espaço.
Seguro – A missão final do Atlantis tem a previsão de durar apenas 12 dias, mas o estoque de alimentos a bordo pode abastecer a estação por um ano. Isso porque esta última viagem é também uma espécie de apólice de seguro: com a aposentadoria dos ônibus, a ISS e seus astronautas terão que contar com reabastecimentos periódicos de duas empresas privadas americanas, além do transporte de naves russas e europeias. A Space Exploration Technologies (SpaceX), do empresário sulafricano Elon Musk, testou com sucesso em dezembro de 2010 a cápsula Dragon, na esperança de levá-la à ISS no fim de 2011. Outro compartimento de carga está sendo desenvolvido pela Orbital Sciences Corp, mas ainda não houve nenhum lançamento de teste.
Concluir a construção da ISS foi a principal razão pela Nasa ter mantido os ônibus espaciais depois do acidente com o Columbia em 2003. A agência vem trabalhando no centro de pesquisa orbital há 11 anos ao custo de 100 bilhões de dólares, em parceria com outros 15 países. Com o término da construção, os EUA usarão os 4 bilhões de dólares que o programa sugava todos os anos para desenvolver uma nova espaçonave, com a qual planejam missões para além da órbita baixa da Terra: Lua, Marte e asteroides, lugares que os ônibus espaciais são incapazes de alcançar.