Cientistas descobriram um tipo de galáxia muito vermelha nos confins do universo e que pode representar um ‘elo perdido’ na evolução desses corpos celestes. O estudo foi publicado no periódico Astrophysical Journal. Usando o telescópio Spitzer, da Nasa, a agência espacial americana, os astrônomos identificaram quatro galáxias especialmente vermelhas a quase 13 bilhões de anos-luz da Terra. Isso significa que os pesquisadores observaram corpos no início do universo, que se iniciou há 13,7 bilhões de anos.
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ANO-LUZ
O ano-luz é uma medida de comprimento equivalente a 10 trilhões de quilômetros. Por definição, é a distância que a luz percorre no vácuo em um ano. A medida é utilizada para medir a distância entre estrelas e galáxias.
O telescópio Hubble, também da Nasa, já descobriu galáxias que se formaram há mais tempo que as recém-descobertas. O Hubble já avistou galáxias que se formaram 200 milhões depois da criação do universo. Contudo, as novas galáxias se destacam porque brilham mais na parte infravermelha do espectro de cores do que na região visível. Os cientistas não sabem por que elas são tão vermelhas.
Existem três motivos principais que fazem uma galáxia parecer vermelha. Primeiro, ela pode ter muita poeira e detritos. Segundo, ela pode conter estrelas vermelhas. Ou terceiro, ela pode estar muito distante, de modo que a expansão do universo esticou a onda de luz para comprimentos longos e, portanto, bem vermelhos.
A equipe pretende estudar melhor os corpos usando instrumentos na superfície, como o radiotelescópio mais complexo do mundo, no deserto do Atacama, no Chile. “Existem evidências de outras galáxias assim em diferentes regiões do céu”, disse Giovanni Fazio, astrônomo do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (Estados Unidos), coautor do estudo. “Vamos analisar mais dados do Spitzer e do Hubble para definir onde elas estão”.