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Aquecimento global vai aumentar frequência de tornados nos EUA

As mudanças climáticas também ampliarão a incidência em áreas densamente povoadas e mudarão o comportamento desses eventos, que ficarão mais perigosos

Por Marilia Monitchele
30 mar 2023, 17h14

Os Estados Unidos estão entre os países mais sensíveis a tornados e furacões, registrando uma média de 1.200 ocorrências por ano. Esse tipo de evento normalmente acontece quando o ar frio e seco colide com ar quente e úmido, o que costuma se dar em latitudes médias. A péssima notícia é que o país poderá ser ainda mais atingido por estes eventos meteorológicos nos próximos anos. Por conta do aquecimento global, mais supercélulas, nuvens de tempestade geradoras de granizo e tornados, serão formadas.

Um estudo recente publicado no periódico científico Bulletin of the American Meteorological Society foi feito avaliando as variáveis e aponta que as tempestades avançarão por estados com maior densidade populacional e com moradias menos preparadas para suportar esse tipo de evento climático, o que pode ser a receita para a catástrofe. Na última segunda-feira (27), por exemplo, uma tempestade formada a partir de supercélulas devastou a cidade de Rolling Fork, no Mississipi. O estado, juntamente com Alabama e Tennessee, fica em uma região que pode ver a frequência de tornados se tornar um problema ainda mais grave no futuro próximo. Os autores dizem que a piora do cenário não é uma expectativa futura, mas algo que já está acontecendo e tende a piorar.

Os dados do Boletim da Sociedade Meteorológica Americana indicam o aumento de 6,6% na formação de supercélulas e aponta que seu tempo de duração e a área atingida pela devastação poderão aumentar em mais de 25% até o fim do século. As previsões foram feitas considerando índices moderados de elevação da temperatura global. Pela primeira vez, um estudo é capaz de prever supercélulas e tornados em simulações e, embora os dados apontem para um aumento no surgimento dessas nuvens, o que pode causar ainda mais preocupação são as informações que dizem respeito a quando e onde elas podem surgir.

Em um cenário de aquecimento moderado – com temperaturas atingindo níveis inferiores aos previstos – partes do leste do Mississippi e do leste de Oklahoma são projetadas para obter mais três supercélulas a cada dois anos, com o leste do Texas, Arkansas, Louisiana, Alabama, oeste do Tennessee e leste da Geórgia obtendo mais uma supercélula a cada dois anos. No pior dos cenários, com temperaturas atingindo níveis acima dos firmados no acordo de Paris, o estudo projeta mudanças semelhantes, mas com supercélulas piorando no leste de Oklahoma, Arkansas e sul do Missouri.

Na região centro-sul, o estudo projeta que a atividade das supercélulas atinge o pico duas horas depois, das 18h às 21h, em vez das 16h às 19h. Isso significa mais supercélulas noturnas, o que pode se tornar um fator agravante para desastres. Isso porque as pessoas podem não ver a aproximação da tempestade, permanecendo vulneráveis e em locais menos seguros. O avanço das tempestades para o leste dos Estados Unidos também coloca mais pessoas em risco. Estas áreas são mais densamente povoadas do que o tradicional corredor do tornado formado por Kansas e Oklahoma. A população mais pobre será mais drasticamente afetada, pois tendem a viver em casas móveis ou pré-fabricadas, abrigos perigosos em um cenário de tornado.

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