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Análise de DNA identifica mulher ancestral que usou pingente pré-histórico

Nova técnica poderá promover uma compreensão mais precisa da história da humanidade

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 Maio 2023, 13h37

Escavações arqueológicas encontram todo tipo de objetos usados por antepassados humanos. Uma pesquisa publicada, nesta quarta-feira, 03, na Nature, mostra quem foi a última usuária de um desses artefatos. 

A peça em questão é um dente de cervo, provavelmente utilizado como um pingente. Ele foi encontrado em uma escavação na caverna de Denisova, na província russa da Sibéria, em 2019. A gruta foi ocupada por neandertais, denisovanos e, possivelmente, até por Homo sapiens, ao longo de 300 milênios. O acessório pré-histórico foi perdido há cerca de 20 mil anos por um desses frequentadores. 

Cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, conseguiram um feito inédito ao sequenciar o material genético de seus últimos utilizadores. Até agora, não era possível descobrir a quem os objetos pertenciam a não ser que eles estivessem próximos a algum cemitério, mas com a técnica desenvolvida por esses pesquisadores, isso foi possível. De acordo com o estudo, a dona era uma mulher da espécie Homo sapiens com uma carga genética semelhante à de indivíduos do norte da eurasia.

Pingente feito do dente de um cervo de onde foi extraído o DNA sequenciado
Pingente feito do dente de um cervo de onde foi extraído o DNA sequenciado (Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology/Divulgação)

 Para isso, a peça foi mergulhada em uma solução salina que aquece muito lentamente. Isso permite a extração de pequenas quantidades de DNA sem danificar a peça. Essas pequenas quantidades de material genético foram sequenciadas utilizando técnicas de última geração. Finalmente, as sequências foram comparadas com outros DNAs ancestrais. 

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Curiosamente, o DNA era semelhante ao de pessoas que viviam na mesma época, mas que só haviam sido registrados num local bem distante da caverna, no extremo leste da Sibéria. 

“É quase como abrir uma máquina do tempo”, afirma uma das co-autoras do estudo, a biologista molecular Elena Essel, em entrevista à Nature. “Com cada amostra nós somos capazes de aprender um pouco mais sobre como essas pessoas viviam.”

A técnica é animadora, mas apresenta alguns desafios. Além de ser cara e de precisar ser realizada em laboratórios especializados, os materiais podem facilmente ser contaminados com o DNA de quem o manuseia. Se bem aplicada, contudo, ela poderá ajudar na melhor compreensão do passado da humanidade e a identificar quem foram os responsáveis por criar as ferramentas que deram a base para o desenvolvimento das tecnologias contemporâneas. 

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