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Amazônia emite mais carbono do que consegue absorver, diz estudo

Pesquisa publicada nesta quarta-feira, 14, na revista científica Nature, foi conduzida por cientista brasileira do Inpe

Por Da Redação Atualizado em 14 jul 2021, 15h41 - Publicado em 14 jul 2021, 15h34

Um estudo publicado nesta quarta-feira, 14, na revista científica Nature, revelou que a floresta amazônica está emitindo mais dióxido de carbono do que tem capacidade de absorver. É uma gigantesca inversão de propósito para a região que era chamada de “pulmão do planeta”, por sua enorme capacidade de absorção das emissões que impulsionavam a crise climática, mas que agora estão causando sua aceleração, disseram os pesquisadores.

A pesquisa, liderada pela brasileira Luciana Gatti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que as emissões de carbono foram dez vezes maiores em áreas com mais de 30% de desmatamento e que apenas 18% das emissões por queimadas estão sendo absorvidas pela floresta. O volume atinge mais de um bilhão de toneladas de dióxido de carbono despejadas na atmosfera por ano.

A maior parte das emissões é causada por queimadas, destinadas a limpar terras para a produção de carne e soja. Mesmo sem incêndios, temperaturas mais altas e secas significam que o sudeste da Amazônia se tornou uma fonte de dióxido de carbono, em vez de um ralo da substância tóxica.

Durante quase uma década, os pesquisadores fizeram cerca de 600 vôos para medir os níveis de dióxido de carbono sobre quatro regiões da Amazônia. As áreas com mais de 30% de desmatamento apresentaram uma estação seca mais quente e mais longa para a floresta.

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De 2010 a 2018, a Amazônia brasileira, território de 4,2 milhões de quilômetros quadrados, foi responsável por lançar 1.06 bilhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera por ano em queimadas. O balanço de carbono, ou seja, o saldo final entre absorções e emissões foi de 0,87 bilhões de toneladas por ano, o que significa que apenas 18% das emissões por queimada estão sendo absorvidas pela floresta. Sem queimadas, diz o estudo, a região retiraria da atmosfera 0,19 bilhões de toneladas de carbono por ano.

A maior emissão de carbono acontece nos estados do Pará e Mato Grosso, e ocorre por causa da grande quantidade de queimadas e de menor absorção de CO2 pela própria floresta. As regiões do sul do Pará e norte do Mato Grosso apresentaram o pior cenário. Além de conter as maiores extensões de área queimada, nesta porção a floresta já é uma fonte de carbono significativa, com emissões para a atmosfera que crescem ano a ano. O desmatamento também altera a condição climática na Amazônia, afetando também a capacidade da floresta não desmatada de absorver carbono – além de aumentar sua inflamabilidade.

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