Agência espacial europeia quer mais mulheres e pessoas com deficiência
Em sua primeira campanha de seleção desde 2008, ESA recebeu mais de 22 mil inscrições
A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) divulgou nesta quarta-feira, 23, o resultado preliminar de um processo de seleção de astronautas, o primeiro em mais de uma década e também o primeiro com o claro objetivo de buscar diversidade entre os candidatos. Embora os números ainda não sejam definitivos, mais de 22 000 pessoas se inscreveram, incluindo mais mulheres e cerca de 200 pessoas com deficiência. Na chamada de 2008, o número de candidatos que entregaram o formulário de inscrição online foi de 8 413.
A agência europeia reconheceu que ainda há muito a fazer para alcançar o equilíbrio de gênero. Apenas 5 419 mulheres se inscreveram para o novo programa, o que significa 24 porcento dos candidatos, 9 porcento a mais do que na última campanha. Até agora, duas astronautas europeias foram enviadas ao espaço: Claudie Haigneré e Samantha Cristoforetti. Globalmente, 65 das mais de 560 pessoas que exploraram o espaço eram mulheres, a maioria delas americanas.
A campanha não abordou especificamente a diversidade étnica, mas enfatizou a importância de “representar todas as partes de nossa sociedade”. Foram aceitas inscrições dos 25 países membros e membros associados da agência, embora a maioria tenha vindo de nações tradicionais como a França, Alemanha, Reino Unido e Itália.
A ESA procurou especificamente pessoas com deficiência física, em um esforço inédito para determinar quais adaptações são necessárias nas estações espaciais para acomodá-las.
Apenas quatro a seis pessoas serão escolhidas como os próximos astronautas da Europa, com uma equipe de reserva de cerca de 20. Os candidatos passarão por uma triagem intensiva durante o próximo ano, com uma decisão final prevista para o final de 2022.
A ESA assinou esta semana um acordo com a União Europeia para que o bloco de 27 nações aumente o financiamento da agência espacial. Parte do acordo, prevê o investimento quase 10,8 bilhões de dólares entre agora e 2027 para programas da ESA que visam impulsionar o crescimento econômico, digitalização e proteção ambiental. Embora muitos membros da ESA também façam parte da UE, alguns , como a Grã-Bretanha, não fazem.
Entre os programas futuros planejados estão um que testará o uso de um sistema de criptografia quântica baseado em satélite para comunicações seguras e outro para monitorar o espaço a fim de detectar detritos perigosos.