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A ciência feminina

O prêmio a duas mulheres fez barulho por ser raro: na história, de 900 condecorações, só 53 foram delas. Donna Strickland é apenas a terceira entre físicos

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 20h08 - Publicado em 5 out 2018, 07h00

Uma curiosidade chamou atenção nos anúncios da Academia Sueca em 2018. Foram agraciadas com o Nobel duas mulheres, justamente no ano em que o prêmio de Literatura foi cancelado em decorrência da condenação de um profissional ligado à comissão julgadora sob acusação de estupro. A americana Frances Arnold, de 62 anos, dividiu a graça de Química com o conterrâneo George Smith e o inglês Gregory Winter. O trio foi lembrado por ter possibilitado a substituição de toxinas industriais por elementos orgânicos. A canadense Donna Strickland, de 59 anos, da Universidade de Waterloo, repartiu o Nobel de Física com o francês Gérard Mourou e o americano Arthur Ashkin, por transformarem lasers em ferramentas para uso em laboratórios e em cirurgias. Frances foi a quinta mulher vitoriosa em Química. Donna, a terceira em Física, área tradicionalmente masculina e cujo Nobel inclui lendas como Albert Einstein. VEJA a entrevistou.

A senhora entrou para um seleto grupo composto por Marie Curie (premiada em 1903 e em 1911) e Maria Goeppert-Mayer (em 1963). É uma vitória feminista? Há muito mais mulheres na ciência do que nós três. O número de cientistas femininas é crescente e ainda distante do ideal. Mas num quesito não me comparo às duas que me antecederam. Marie e Maria impulsionaram avanços sociais incríveis. Hoje é mais fácil para uma mulher fazer ciência. Estou longe de ser a única pesquisadora em meio a homens em congressos acadêmicos.

O Nobel tenta se adequar a esses novos tempos, o da era de movimentos como o #MeToo? Todos estão começando a virar a chave por completo e perceber que ser igualitário é fundamental. Talvez estejam prestando mais atenção nisso agora, mas cresci na década de 70, a marcha pela liberação dos direitos das mulheres estava acontecendo, e já tivemos avanços enormes desde então. É uma questão de seguirmos em frente.

Supondo que a senhora possa servir de inspiração, qual é o conselho que daria a uma menina que queira ser cientista? Conheça-se ao máximo. Você não é uma mulher tão somente, mas também alguém capaz de fazer qualquer coisa que ambicione e de que goste. Não deixe que a limitem pelo seu gênero.

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Já sentiu dificuldade em progredir na carreira por ser mulher? Não, pois tive a sorte de contar com pessoas me apoiando. Por outro lado, há outro fenômeno notável. Soube do caso de um homem que enfrentou barreiras para seguir na enfermagem por ser uma área associada às mulheres.

Um dia discutiremos mais sobre os efeitos da pesquisa do que sobre o fato de um vencedor ser do sexo feminino? Espero muito que sim.

Publicado em VEJA de 10 de outubro de 2018, edição nº 2603

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