Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Vaivém de decisões abre nova frente de batalha para defesa de Lula

Advogados podem reclamar da decisão do presidente do TRF4 para que prevaleça o entendimento do desembargador plantonista

Por Leonardo Lellis Atualizado em 10 jul 2018, 09h15 - Publicado em 8 jul 2018, 22h29
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Se não serviu para garantir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o pedido apresentado por deputados petistas detonou uma guerra de despachos entre magistrados do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que, além de expor a corte a um evidente constrangimento público neste domingo, teve como efeito abrir à defesa um novo flanco de batalha jurídica para tirar Lula da carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

    Ao decidir em um Conflito Positivo de Jurisdição movido pelo Ministério Público Federal, o presidente do TRF4, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, deu razão ao relator do processo de Lula em Porto Alegre, João Pedro Gebran Neto, que, mais cedo, havia determinado a manutenção da prisão do ex-presidente. Entretanto, em sua decisão, Thompson Flores reconhece que a situação não possui regulamentação específica.

    Diante da falta de previsão para este tipo de situação em que dois juízes “disputam” a quem cabe decidir durante um plantão judicial, Thompson Flores aplicou uma regra do TRF4 segundo a qual cabe ao presidente resolver os casos “omissos”. O advogado Carlos Eduardo Scheid alerta que o tipo de pedido apresentado pelo MPF à Presidência da Corte não era adequado. “O conflito positivo de competência ocorre quando dois juízes, dois tribunais ou um juiz e um tribunal se consideram competentes para julgar um caso. Dessa disputa, se instaura um incidente processual, que é julgado pelo STJ.”.

    Ele explica que sequer havia um conflito a ser solucionado, isso porque, no caso, só havia um desembargador capaz de decidir. Ou seja, o plantonista tinha obrigação de tomar uma decisão no processo que chegou ao seu gabinete e, qualquer que fosse o entendimento, este deveria ser mantida até o fim do plantão. “O futuro relator, por prevenção, atravessou uma decisão e desautorizou a decisão do colega, cassando-a, como se já tivesse competência funcional sobre a causa a título de sua revisão”, explica.

    Agora, Scheid vê duas consequências para a defesa de Lula. A primeira delas é reforçar um pedido de prisão domiciliar, já que um dos argumentos trazidos pelos advogados do petista foi a necessidade de mantê-lo próximo de seus familiares. Desembargador plantonista, Rogério Favreto concordou, ao apontar que, entre as violações a que o petista está sujeito em Curitiba estão as negativas de visitas.

    Continua após a publicidade

    A segunda é que os advogados de Lula agora podem reclamar da decisão do presidente do TRF4 por meio de outro habeas corpus a ser apresentado durante o recesso do Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando que o pedido movido pelo MPF não era o meio adequado para alterar a decisão do plantonista e, por isso, esta deveria prevalecer.

    Narrativa petista

    Politicamente, o impasse do TRF4 também pode gerar dividendos a Lula em sua narrativa de que sofre perseguição judicial. “A atuação do juiz Sergio Moro e do MPF para impedir o cumprimento de uma decisão judicial do Tribunal de Apelação reforçam que Lula é vítima de ‘lawfare’, que consiste no abuso e na má utilização das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política”, afirmou o advogado Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente, enquanto os desembargadores do TRF4 batiam cabeça sobre se o petista seria ou não solto.

    “Moro, Thompson, Gebran e os delegados de plantão na Polícia Federal em Curitiba são todos cúmplices da mesma violência contra os direitos de Lula, contra a democracia e contra a liberdade do povo de votar em quem melhor o representa nas eleições presidenciais de outubro. São todos cúmplices num ato de desobediência a ordem judicial, seguida de uma decisão arbitrária do relator Gebran, sem qualquer fundamento legal ou processual”, disse o PT em nota após a decisão do presidente do TRF4.

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.