Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Vacina contra gripe só atinge 40% do grupo previsto em SP

Neste ano, o estado registrou 146 casos de síndrome respiratória grave causada pelo influenza, dos quais 25 resultaram em morte

Por Estadão Conteúdo 19 Maio 2018, 08h34
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A duas semanas do fim da campanha nacional de vacinação, o estado de São Paulo já corre o risco de enfrentar uma epidemia de gripe durante o inverno, por causa da baixa procura pelo imunizante. A previsão é de aplicar a vacina em 10,7 milhões de pessoas, integrantes dos grupos de risco, mas até anteontem somente 4,3 milhões — cerca de 40% — tinham sido imunizadas. No país, a situação não está muito melhor: a taxa é de 50%.

    Publicidade

    Neste ano, no estado, foram registrados 146 casos de síndrome respiratória grave causada pelo influenza, dos quais 25 resultaram em morte. Mas a primeira grande frente fria, com forte redução da temperatura e características da estação mais fria, só chega ao estado neste fim de semana, já com previsão de geada na Serra da Mantiqueira.

    Publicidade

    De acordo com o coordenador de Saúde do Estado, Marcos Boulos, os números ainda são menores que os do ano passado, quando houve 1.021 casos e 200 óbitos, mas preocupam porque o período propício à doença está no início. “Estamos com um número importante de casos e vai começar, ou já está começando, uma epidemia. Vamos ter um aporte grande casos em junho e o ápice em julho, durante o inverno.”

    Segundo ele, a melhor maneira de prevenir a doença é a vacinação. “Temos de aumentar a cobertura nos grupos de risco, que está muito baixa”, observa Boulos. “Temos cobertura um pouco maior que 50% dos idosos, mas o porcentual de crianças vacinadas está em torno de 27%, o que é bem baixo. Não atingimos o nível desejado nem entre os profissionais de saúde.”

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    O índice mais baixo de vacinação, conforme o coordenador estadual, encontra-se entre as gestantes, em torno de 20%. “Há médicos que não indicam a vacinação para grávidas, o que nos parece um erro.” Conforme o coordenador, a secretaria ainda pretende continuar a vacinação na rede pública enquanto houver vacina – a campanha nacional termina no dia 1º.

    Neste ano, o Instituto Butantã enviou 60 milhões de doses ao Ministério da Saúde para serem usadas em todo o Brasil. Considerando os dados do ministério até ontem, ainda falta imunizar 28,4 milhões de pessoas – de um público-alvo inicial de 54,4 milhões.

    Publicidade

    Necessidade

    A vacina previne contra os vírus influenza A (H1N1), A (H3N2) e B. “A vacinação é fundamental para evitar as complicações decorrentes da gripe, que podem se tornar muito graves.”, diz Boulos. Ele destaca que a vacina não provoca gripe em quem a toma, pois é feita com fragmentos do vírus, que apenas protegem o organismo contra a doença.

    Celso Granato, professor de infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que é importante que a imunização seja feita anualmente, uma vez que os subtipos dos vírus da gripe mudam – os diferentes causadores circulam pelo mundo e sofrem mutações com frequência.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    No inverno mais recente dos Estados Unidos, o H3N2 infectou mais de 47 mil pessoas e provocou diversas mortes, principalmente de crianças e idosos. “A princípio, nós não estamos correndo o mesmo risco dos americanos porque a nossa vacina foi preparada após a mutação desse vírus e a deles, não. Nós não teremos problemas, mas desde que haja vacinação”, diz Granato.

    O especialista ressalta que a cobertura vacinal no Brasil não costuma ser muito alta, e ele teme que a preocupação com a vacina da febre amarela tenha interferência no comportamento. “As pessoas estavam preocupadas com os efeitos colaterais.” Na prática, porém, a resistência à vacinação continua.

    Publicidade

    As chances de contrair o vírus são iguais para todos, mas as complicações atingem mais as crianças e os idosos. “Crianças com menos de 2 anos não têm memória imunológica, ou seja, não têm defesas que os adultos já adquiriram contra a gripe. Já os idosos podem ter complicações por causa de doenças crônicas”, completa Granato.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.