Universidade e bases militares são pilares de Santa Maria
Estudantes respondem por mais de 10% da população da cidade gaúcha de 260.000 habitantes
Por Jean-Philip Struck
28 jan 2013, 17h56
Situada no coração do Rio Grande do Sul, na parte central do estado, o que lhe valeu o apelido de “Coração do Rio Grande”, Santa Maria enfrenta a maior tragédia da sua história: a morte de 231 pessoas, a maioria jovens, no incêndio de uma casa noturna.
Quinta maior cidade gaúcha, com 262.368 habitantes, Santa Maria não está entre as dez mais ricas do estado e não possui grandes indústrias. Os pilares do município são a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), os quartéis do Exército e uma importante base da Força Aérea Brasileira (FAB).
Mais de 10% da população do município gaúcho (27.000 pessoas) é formada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, uma das maiores instituições de ensino superior do Sul do país. São jovens originários de cidades médias da fronteira com o Uruguai e a Argentina, mas também do norte do estado, que se mudam para Santa Maria para frequentar algum dos 286 cursos oferecidos pela universidade. A instituição reúne também 1.804 professores.
Entre as 231 vítimas do incêndio, 114 eram estudantes ou egressos da instituição, segundo a reitoria da UFSM. Cinquenta e oito mortos ainda estavam no primeiro ano da faculdade. Uma das vítimas era uma caloura que havia acabado de ser aprovada para o curso de desenho industrial. O Centro de Ciências Rurais foi o que mais perdeu alunos: 64 ao todo, incluindo estudantes do curso de agronomia e medicina veterinária.
Militares – Outra fatia, de 3% da população, é formada por mais de 7.000 militares do contingente de uma base da Força Área Brasileira e de vários quartéis de infantaria blindada e artilharia. Entre as vítimas do incêndio, 13 eram militares.
Formada a partir do século 18 por causa da sua localização, quando assinalava o limite dos impérios espanhol e português, a cidade é até hoje um importante ponto de passagem. É por ali que anualmente circulam milhares de turistas argentinos que viajam para o litoral brasileiro.
Apesar de ser dependente dessas atividades e de ter um PIB per capita de 15 719 reais – abaixo da média gaúcha de 23 606 reais -, a cidade não sofre tanto com deficiências estruturais. Não houve sinais, logo após o incêndio, do costumeiro roteiro das tragédias brasileiras, agravadas por falhas no atendimento às vítimas, falta de equipamentos, viaturas sucateadas e escassez de homens. A resposta dos socorristas foi considerada rápida, assim como a retirada das vítimas.
Embora o município não conte com um efetivo adequado de bombeiros, segundo dados da prefeitura – são 54 homens, um para cada 4.858 habitantes, enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda que os municípios tenham pelos um para cada 1.000 habitantes -, o efetivo foi reforçado rapidamente por bombeiros de cidades vizinhas.
O atendimento hospitalar também foi rápido. A cidade conta com um hospital universitário da UFSM e o fato de ter em seus limites uma base da força aérea e ser um polo rodoviário contribuiu para que os feridos mais graves fossem transferidos rapidamente, de carro ou de helicóptero, para hospitais em outros municípios ou em Porto Alegre.
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Trinta e nove pessoas foram transferidas pela FAB, que disponibilizou mais de 1.000 homens para ajudar no atendimento às vítimas. Já o exército ajudou até mesmo a guardar alguns dos corpos ao ceder um caminhão frigorífico.
Município gaúcho está situado a cerca de 300 quilômetros da capital Porto Alegre
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