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Um mês antes da morte, mãe levou Henry a hospital após sessão de tortura 

Monique Medeiros alegou que a criança, que estava mancando após espancamento feito pelo vereador Dr. Jairinho, havia caído da cama

Por Marina Lang Atualizado em 14 abr 2021, 16h10 - Publicado em 12 abr 2021, 12h31

A professora Monique Medeiros, 33 anos, mãe do menino Henry Borel, 4, levou a criança para o hospital Real D’or, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, um dia após a sessão de tortura a que a criança foi submetida, no dia 12 de fevereiro. O espancamento ocorreu no apartamento em que ela morava com o menino na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste da capital, com o vereador e médico Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho. O episódio ocorreu cerca de um mês antes do menino ser torturado e espancado dentro de casa, na madrugada de 8 de março, quando Henry chegou morto ao hospital. 

Documento do hospital aponta que Henry estava mancando
Documento do hospital aponta que Henry estava mancando (Real D'or/Reprodução)

A 16ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro conseguiu comprovar os espancamentos por meio da extração de prints do álbum de fotos do celular de Monique. Nas reproduções de tela, a babá Thayna de Oliveira Ferreira narra, em tempo real, a sessão de tortura feita por Dr. Jairinho contra a criança, que levou ao menos uma rasteira e um chute. A criança ficou mancando após as agressões.

A polícia informou que Thayna mentiu para os investigadores ao informar uma suposta relação “harmoniosa” entre Dr. Jairinho, Monique e Henry. Um novo depoimento da cuidadora de Henry está previsto para a tarde desta segunda-feira, 12, na unidade policial.

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No dia seguinte à sessão de tortura de 12 de fevereiro, por volta de 12h, Monique levou o filho para atendimento no hospital. Apesar de saber da sessão de espancamento, ela alegou aos médicos e enfermeiros que a criança teria “caído da cama” por volta das 17h do dia anterior, conforme a ficha médica a que VEJA teve acesso. O menino fez radiografia no joelho esquerdo, mas a estrutura óssea e os ligamentos ficaram preservados mesmo após as agressões de Dr. Jairinho. 

Fac-simile do prontuário de atendimento de Henry em 13 de fevereiro
Fac-simile do prontuário de atendimento de Henry em 13 de fevereiro (Real Dor/Reprodução)

Na madrugada em que Henry morreu, pouco mais de um mês depois, o casal também alegaria que a criança teria “caído da cama”, hipótese que já foi descartada pelas investigações. O laudo de reprodução simulada da Polícia Civil rejeitou que a criança tenha morrido por queda da cama ou da poltrona que havia no quarto. Peritos fizeram diversas simulações – inclusive de uma possível queda de uma estante de 1,20 metro de altura – e constataram que os ferimentos não são compatíveis com a versão inicial dada por Monique e dr. Jairinho. 

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Policiais fazem reprodução simulada no apartamento em que Henry morreu
Policiais fazem reprodução simulada no apartamento em que Henry morreu (Polícia Civil/Divulgação)

Os dois foram presos provisoriamente na última quinta-feira, 8, por atrapalhar as investigações e coagir testemunhas. Monique e Dr. Jairinho vão responder por homicídio duplamente qualificado e tortura.

Na madrugada desta segunda-feira, 12, Monique foi transferida do Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói (região metropolitana do Rio) para o hospital do Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste da capital. A mãe de Henry está com infecção urinária, fez exames e deve retornar à unidade prisional em Niterói ainda nesta segunda.

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Procurado pela reportagem, o advogado de defesa do casal, André França Barreto, declarou que só vai se manifestar após ter acesso aos autos do inquérito.

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