O Uber passou a cobrar uma taxa de 0,75 centavos para cada viagem feita em todo o Brasil. A nova tarifa, que começou a valer nesta sexta, tem como objetivo “apoiar iniciativas de segurança” para motoristas e usuários e outros custos operacionais, segundo a empresa. O Uber não informou quais são as iniciativas de segurança e também não quis comentar se a nova tarifa seria cobrada para implementar ações para coibir assaltos aos motoristas.
Em novembro, levantamento feito pelo Estado mostrou que ao menos três motoristas do Uber são assaltados por dia em São Paulo. De janeiro a outubro, os motoristas e passageiros do aplicativo sofreram pelo menos 271 roubos. Desses, 50 aconteceram até 29 de julho, data em que o aplicativo passou a aceitar dinheiro como pagamento – média de 7 casos por mês. De 30 de julho a 16 de outubro, a polícia contou 221 crimes, média de 88,4 por mês, ou 1 caso a cada 8 horas – um aumento de 1.162% em relação ao período anterior.
Como comparação, é possível verificar que o crescimento dos casos envolvendo o Uber é bem maior do que o de roubos no Estado. De janeiro a julho de 2016, a média mensal de roubos paulista foi de 26.666. Em agosto e em setembro, esse número ficou em 28.041 – aumento de 5,1% em relação à média anterior registrada.
A empresa informou apenas que os investimentos na plataforma ajudam a melhorar a confiabilidade e sustentabilidade. “Ao longo do último ano, cada vez mais pessoas utilizaram o Uber para conseguir transporte confiável e rápido nas cidades. Para manter o crescimento saudável da plataforma no Brasil, vamos implementar uma cobrança fixa de 0,75 centavos a cada viagem”, disse.
Além da nova tarifa, em São Paulo há também uma cobrança de R$ 0,10 por quilômetro rodado, recolhida pela Prefeitura.
Morte
Na madrugada desta sexta, um motorista do Uber foi morto a facadas no bairro da Saúde, na zona sul da capital. O celular da vítima foi levado pelos autores do crime, mas a carteira foi achada no local.
O crime aconteceu na Alameda dos Ubiatans e o Uber nega que o motorista estivesse trabalhando no momento. O delegado Julio César de Almeida Teixeira, do 16.º DP (Vila Clementino), disse que testemunhas relataram que a vítima estava no carro com uma transexual, quando começaram a discutir e entraram em luta corporal.
Um homem, que estava na rua e presenciou a cena, abordou os dois e se identificou como policial. Ele deu ordem para que a transexual saísse do carro. O homem então entrou no veículo e começou a discutir com a vítima. “Segundo as testemunhas, o homem estava com um objeto que aparentava ser uma faca”, disse Teixeira.
O motorista saiu do veículo e foi seguido pelo homem, que o agrediu com a faca. O motorista caiu ao lado do carro e foi encontrado por policiais militares e encaminhado ao Pronto-Socorro Saboya, onde morreu.
“Trabalhamos com duas possibilidades, latrocínio ou homicídio. Ainda não podemos dizer se levaram o celular da vítima porque foi um crime patrimonial ou se levaram o celular para subtrair uma prova que pudesse levar à identificação do autor do crime”, disse o delegado.
Teixeira disse que solicitou ao Uber as corridas feitas pela vítima no dia do crime, mas até a tarde de ontem a empresa não havia fornecido as informações, apesar de afirmar que o motorista não trabalhava no momento da abordagem.
(Com Estadão Conteúdo)